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Produtores de tabaco têm tarde de conscientização em Içara

Temas como correto manuseio e aplicação de agrotóxicos, utilização da vestimenta de colheita e utilização de mão de obra infantil foram temas do evento que reuniu cerca de 450 pessoas.


Temas como correto manuseio e aplicação de agrotóxicos, utilização da vestimenta de colheita e utilização de mão de obra infantil foram temas do evento que reuniu cerca de 450 pessoas, entre produtores rurais, autoridades e imprensa regional.

 

Junho 2016 - Com quase 1,2 mil produtores de tabaco, o município de Içara, no Sul catarinense, abriu o 8º Ciclo de Conscientização sobre saúde e segurança do produtor e proteção da criança e do adolescente, promovido pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco). Com o apoio das empresas associadas e da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), representada no evento pelo gerente para Assuntos Ambientais, Adalberto Huve, o evento realizado na tarde de terça-feira, 28 de junho, reuniu cerca de 450 pessoas no Salão Paroquial São Donato. Içara é o 5º maior município produtor de tabaco de Santa Catarina e o 21º na Região Sul do Brasil. Na safra 2014/15, produziu mais de 8 mil toneladas.

 

O 8º Ciclo de Conscientização atende aos termos dos acordos firmados perante o MPT-RS e MPT-Brasília e já contabilizou 18 mil participantes em 45 eventos realizados desde 2009. Iro Schünke, presidente do SindiTabaco, enfatizou a importância do trabalho realizado. Segundo Schünke, o produtor precisa se conscientizar que o uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI) e da vestimenta de colheita, bem como a não utilização de mão de obra infantil não é apenas um modo de proteger a sua própria saúde e da sua família, mas também um requisito de produção sustentável.

 

"Conscientizar-se sobre a importância destes temas é bom para o negócio e para a manutenção do Brasil como o maior exportador mundial de tabaco, mas também de interesse máximo do produtor, pois estamos falando da sua própria saúde e da proteção dos seus respectivos filhos", afirma. O 8º Ciclo de Conscientização continua no mês de julho conforme calendário abaixo.

 

 

SAÚDE E SEGURANÇA DO PRODUTOR

Um vídeo informativo trouxe dicas para que os produtores tenham mais segurança durante o manuseio e aplicação de agrotóxicos, bem como durante a colheita, evitando intoxicações e a Doença da Folha Verde do Tabaco. Conheça as principais orientações:

• Somente utilizar agrotóxicos registrados, de acordo com a receita agronômica;

• Manter o pulverizador em perfeitas condições de uso e sem vazamentos;

• Durante o manuseio e aplicação de agrotóxicos, sempre utilizar o EPI;

• Não permitir a aplicação de agrotóxicos por menores de 18 anos, idosos e gestantes;

• Armazenar os agrotóxicos em armário feito de material resistente, chaveado e destinado somente para esse fim, com acesso restrito a trabalhadores orientados a manuseá-los;

• Não reutilizar embalagens vazias de agrotóxicos para qualquer fim;

• Realizar a tríplice lavagem da embalagem vazia de agrotóxico, utilizando o EPI;

• Sinalizar áreas récem-tratadas com agrotóxicos com placa específica para este fim;

• Usar sempre luvas impermeáveis e vestimenta específica para a colheita;

• Evitar colher o tabaco quando as folhas estiverem molhadas pela chuva ou orvalho;

• Dar preferência aos horários menos quentes do dia para a colheita do tabaco;

• Além do momento da colheita, o produtor deve ficar atento durante o desponte, o carregamento e a cura/secagem das folhas.

 

PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

O setor de tabaco é pioneiro no combate ao trabalho infantil no meio rural. Há mais de 15 anos, desenvolve ações para conscientizar o produtor a cumprir a legislação, uma vez que menores de 18 anos não podem trabalhar na lavoura. O setor também é o único a exigir o comprovante de matrícula dos filhos dos agricultores em idade escolar e o atestado de frequência para a renovação do contrato comercial existente entre empresas e produtores, dentro do Sistema Integrado de Produção de Tabaco.

 

Seguindo recomendações da OIT, o Brasil regulamentou por meio do decreto 6481/2008 duas convenções internacionais, colocando o tabaco na lista de formas de trabalho proibidas para menores de 18 anos. O advogado, procurador do Trabalho aposentado pela Procuradoria do Trabalho de Santo Ângelo (MPT/PRT 4ª Região), Dr. Veloir Dirceu Fürst dialogou com os produtores sobre o tema. Segundo ele, o trabalho infantil se caracteriza ao utilizar crianças ou adolescentes para substituir a mão de obra adulta necessária.

 

"É preciso diferenciar trabalho infantil de convivência familiar. Se a criança apenas acompanha os pais e ajuda em pequenas e esporádicas atividades, não caracteriza trabalho infantil. Muitos pais costumam argumentar dizendo que o filho precisa aprender. Se os pais ensinam a atividade, não é trabalho infantil; mas se o trabalho da criança ou adolescente é necessário sempre, privando-a de educação ou de momentos de lazer; isso se caracteriza exploração de mão de obra infantil", esclareceu.

 

O tom mais lúdico do evento ficou por conta da peça teatral Rádio Fascinação, encenada pelo grupo santa-cruzense Espaço Camarim.

 

TABACO EM FOLHA - O Brasil é o maior exportador de tabaco em folha do mundo, desde 1993. Em 2015, o produto representou 1,14% do total das exportações brasileiras, exportando para 97 países, com US$ 2,2 bilhões embarcados. No ranking mundial de produção de tabaco, o país fica atrás somente da China. Na última safra, foram produzidas 692 mil toneladas e gerados R$ 5 bilhões de remuneração aos 154 mil produtores integrados. Considerado um dos pilares da economia do Sul do Brasil, a tradição cultivada por milhares de famílias agrícolas oportuniza renda e empregos diretos e indiretos em 619 municípios e 40 mil empregos diretos nas empresas do setor instaladas na região Sul do País.

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