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Produtores de trigo cobram medidas

Entidades querem salvaguardas às importações do cereal e a suspensão das licenças automáticas


Os produtores brasileiros defendem a adoção de salvaguardas às importações de trigo, como a suspensão das licenças automáticas para entrada do grão no mercado brasileiro e a comprovação de compra de volume equivalente de produto nacional. A proposta foi apresentada pelo presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, durante audiência na Comissão de agricultura, que discutiu nesta terça-feira (29) a política agrícola para o plantio de trigo na safra 2012/13.


Koslovski explicou que as propostas surgiram nas reuniões entre a Ocepar e a Federação de Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul), Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), Federação de Agricultura e Pecuária do Paraná (Faep), Organização das Cooperativas do Brasil (Ocepar) e a Secretaria de Agricultura do Paraná. A entidades propõem aumento para 35% na alíquota da Tarifa
Externa Comum (TEC), que incide sobre as importações de trigo e derivados de países fora do Mercosul.

Os produtores sugeriram durante audiência que o preço mínimo do trigo na próxima safra passe dos atuais R$ 477/tonelada para R$ 512/tonelada, no caso do cereal classe pão, tipo 1, ajustado para as demais classes. Eles também pedem a alocação de recursos para operações com opções de venda, em volumes e condições definidas antes do início do plantio e vencimento até o fim do ano.

Koslovski afirmou que o Brasil não tem uma política para a triticultura, que seja de longo prazo e possa reverter a dependência histórica, que custa ao país US$ 1,7 bilhão. Outra sugestão do setor é a revisão das normas do Mercosul em relação ao trigo, a exemplo do que foi proposto pelo governo brasileiro para o setor automobilístico
e de laticínios.

Propostas - Os parlamentares da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados vão entregar, esta semana, ao ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, as propostas apresentadas pelos produtores para a triticultura nacional. Entre os principais pontos sugeridos pelos agricultores estão a adoção de salvaguardas às importações e a elevação do preço mínimo.


O assessor institucional da Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), Reino Pécola Rae, afirma que, neste período de final de colheita, os moinhos suspendem as compras para pressionar os preços. Ele afirmou que a comercialização está normal e que as compras são diluídas ao longo dos 12 meses do ano. Reino Pécola explicou que existe um excesso na produção nacional de trigo soft, adequado para biscoitos, e oferta insuficiente do cereal com maior força de glúten, que é utilizado na panificação.

Segundo ele, as lavouras de trigo com maior teor de proteína têm menor produtividade. O cultivo do cereal com menos força de glúten apresenta maior rendimento. O representante da Abitrigo afirmou que a intervenção governamental, nos anos 70, por meio da pesquisa agropecuária e garantia de preços, viabilizou a produção nacional.

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