CI

Produtores decidem hoje venda da soja transgênica


A proximidade da colheita de soja, que pode iniciar até o final desta semana em algumas regiões do Estado, aumenta a ansiedade dos produtores que ainda não têm resposta sobre a forma de comercialização da safra. O temor é causado pelos indícios de que cerca de 70% da área plantada com a oleaginosa no Rio Grande do Sul pode ser cultivada com sementes transgênicas.

Após uma série de protestos e discussões isoladas com os governos estadual e federal, as principais representações dos produtores gaúchos decidiram debater conjuntamente formas de venda para a atual safra. O primeiro encontro para tratar do impasse será realizado hoje, a partir das 14h, na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag).

Dirigentes da Federação da Agricultura (Farsul), Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro) e Clube Amigos da Terra também vão debater a capacidade de armazenagem no Estado, a existência ou não de condições técnicas para classificar e separar a soja convencional da transgênica e se o mercado tem condições de absorver a demanda. "Essas são algumas perguntas ainda sem resposta", lembra o presidente da Fetag, Ezídio Pinheiro.

O dirigente ressalta que os produtores estão decididos a vender a soja, mesmo que uma decisão do governo não seja anunciada durante a época da colheita. "Vamos buscar formas de fazer isso sabendo que podemos correr riscos judiciais e políticos. Chega de pedir soluções à Advocacia Geral da União e aos ministros", complementa Pinheiro, lembrando que muitos agricultores defendem a edição de uma medida provisória para a comercialização.

Os produtores também querem saber o que vai acontecer com o próximo plantio. "Estamos ansiosos para o julgamento judicial que acontece em abril", declara o coordenador das comissões da Farsul, João Picoli. O setor teme que não existam sementes convencionais suficientes para o plantio de 3,5 milhões de hectares caso o cultivo de transgênicos continue proibido.

Picoli ressalta que apenas a venda da safra a ser colhida, que segundo especialistas poderá alcançar 8,5 milhões de toneladas, vai gerar cerca de R$ 5,5 bilhões. "Isso significa R$ 1 bilhão em ICMS", calcula o dirigente.

Fetag reclama do governo paranaense

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag) enviou ao governador do Estado, Germano Rigotto, um ofício cobrando uma posição a respeito das manifestações do governo do Paraná. Segundo o presidente da Fetag, Ezídio Pinheiro, os dirigentes paranaenses declaram na imprensa a intenção de fechar o porto de Paranaguá à soja não-certificada gaúcha. "Isso é uma ironia, porque sabemos que o Paraná também planta transgênicos", afirma Pinheiro.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.