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Produtores demandam capacitação

Os produtores de gado de corte de Minas Gerais estão sem acesso à assistência técnica e estão despreparados para a gestão de suas atividades.


Os produtores de gado de corte de Minas Gerais estão sem acesso à assistência técnica e estão despreparados para a gestão de suas atividades. Essas dificuldades estão contidas no diagnóstico do setor realizado pela entidade de pesquisa da FAEMG, que foi apresentado durante a 56ª Exposição Estadual Agropecuária, ainda em curso, em Belo Horizonte.
 
Esse diagnóstico, que foi desenvolvido  pelo INAES em parceria com a UFMG, serviu de subsídios para a primeira reunião conjunta da Comissão Técnica de Pecuária de Corte da Faemg e da Câmara Técnica Setorial de Bovinocultura de Corte da Seapa (Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento), realizada durante o evento.
 
Segundo o superintendente do Inaes, Pierre Vilela, o estudo apontou como pontos críticos a falta de acesso dos produtores à assistência técnica e o despreparo na gestão da atividade: “A maioria não tem conhecimento sobre princípios básicos e nenhum controle sobre seus negócios, quando sabemos que essa gestão é fundamental para avançar e mesmo para se manter na atividade”.
 
Para ele, o atual momento positivo de mercado, em que os produtores veem futuro na atividade, é oportuno para que entidades do setor público e privado comecem um trabalho mais intenso de capacitação e assistência para atender às necessidades diagnosticadas e atacar os pontos críticos que afetam a competitividade mineira.
 
“Outro desafio, que entendemos como fundamental e urgente, é a recuperação das áreas de pastagens. Em estudo que realizamos em 2015, identificamos que cerca de 75% das pastagens do estado estão em condições ruins. Como principal fonte de alimento dos rebanhos mineiros, essa situação afeta fortemente a produtividade e a rentabilidade da atividade. O investimento nesse insumo traria amplos benefícios econômicos e ambientais no curto e longo prazos”.
 
O analista de agronegócios da FAEMG, Wallisson Lara Fonseca, apresentou o cenário de mercado para o setor. Destacou como principal dificuldade a baixa disponibilidade de insumos - principalmente o milho -, e a alta de preços de outros itens necessários à cadeia produtiva, como bezerro e boi magro:
 
“Essa elevação no custo de produção tem dificultado bastante a vida do produtor rural, ainda que a arroba do boi esteja com preços interessantes há algum tempo. Enquanto a saca do milho fechou maio 83% mais valorizada que no mesmo mês do ano anterior, a valorização da arroba no período foi de 2,9%. É uma conta que não fecha.”
 
Segundo ele, se esses fatores se mantiverem, especialmente o preço do milho em patamares altos, o confinamento pode se tornar economicamente inviável ao produtor, que teria que repensar sua estratégia no fornecimento de animais com giro mais precoce.
 
Segurança
 
Outro destaque do encontro foi a discussão dos problemas de segurança no campo. O delegado João Otacílio da Silva Neto falou sobre o trabalho da Polícia Militar de combate e prevenção a roubos e outros crimes no meio rural. Segundo ele, o departamento de inteligência da PM tem avançado no mapeamento das quadrilhas, receptadores e suas formas de atuação:. “Conseguimos interceptar muitos desses criminosos e efetuar suas prisões. O problema é que, em menos de 24 horas, eles são soltos pela Justiça”. O delegado também recomendou aos participantes a adoção de ações preventivas, como as redes de vizinhos protegidos. 

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