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Produtores do MS criticam pagamento dos frigoríficos pelo boi

a cada quatro animais abatidos um é ganho pelo abatedouro por conta do alto aproveitamento de seus sub-produtos, como sebo, couro e miúdos – não remunerados ao criador


O aproveitamento de praticamente 100% do boi pelos frigoríficos remunerando apenas a carcaça aos produtores foi tema de discussão do 7º Café da Manhã com a Imprensa, realizado pelo Sindicato Rural de Campo Grande (MS), nesta sexta-feira (26-10). De acordo com dados apresentados no encontro pela Embrapa Gado de Corte, a cada quatro animais abatidos um é ganho pelo abatedouro por conta do alto aproveitamento de seus sub-produtos, como sebo, couro e miúdos – não remunerados ao criador.

Atualmente as indústrias pagam apenas pela carcaça, fato que segundo o presidente do SRCG, José Lemos Monteiro, só ocorre no Brasil. “Em todo o mundo o produtor é remunerado pelo quilo vivo, apenas aqui somos pagos pela carcaça, sendo que produzimos o sebo que vira sabonete, combustível, o couro que se torna calçados e muito mais”, pondera. O couro hoje é o principal sub-produto de origem bovina, representando cerca de 40 quilos (17% de um animal). É exportado para vários países, rendendo mais de 2 bilhões de dólares ao ano – mas nada é repassado ao criador.

Conforme o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Gelson Feijó, os frigoríficos conseguem lucratividade através desses produtos retirados dos animais e que não são pagos aos pecuaristas. “Se ele fosse depender da carcaça teria prejuízos, pois entre o que ele paga e vende aos varejistas, perde pelo menos 2%”, afirma, revelando dados de uma empresa que paga R$ 936,00 por uma carcaça e a vende a R$ 906,00 ao varejo. Desta forma fica evidente que é com os sub-produtos do boi que as indústrias conseguem obter lucratividade. As informações são do Sindicato Rural de Campo Grande.

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