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Produtores do MT gastam menos com fungicidas em 2007

A estimativa é de que ao final da colheita a economia deva ser aproximadamente R$ 453,68 milhões


Nesta safra, os produtores rurais do Estado puderam reduzir em 50% o número de aplicações de fungicidas para o combate da ferrugem asiática. O corte foi possível em função do vazio sanitário, período de 90 dias, durante a entressafra, em que o plantio do grão foi proibido. A estimativa é de que ao final da colheita da oleaginosa, a medida terá gerado uma economia de aproximadamente R$ 453,68 milhões para os agricultores mato-grossenses.

O cálculo leva em consideração que o gasto médio com cada pulverização é de US$ 20 por hectare. Como a moeda norte-americana está valendo R$ 2,14 (cotação da última sexta-feira), em reais as despesas equivalem a R$ 42,80. O responsável pelo Projeto de Prevenção e Controle da Ferrugem da Soja, executado pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), Valto Gabriel da Silva, lembra que o número de aplicações caiu de quatro para duas nesta safra.

Antes, para fazer as quatro pulverizações de fungicidas necessárias às lavouras, o gasto era de R$ 171,2 por hectare – considerando os preços atuais para efeito de cálculo. Nesta temporada agrícola, com a necessidade de apenas duas aplicações, as despesas por hectare vão oscilar em torno de R$ 85 até o fim da safra. No Estado, a área cultivada com a oleaginosa é de cerca de 5,3 milhões de hectares.

A pesquisadora da Embrapa Soja, Claudine Seixas, destaca que a implantação do vazio sanitário em Mato Grosso no segundo semestre do ano passado retardou em mais de um mês o aparecimento da ferrugem asiática nas lavouras do Estado. Enquanto na safra passada o primeiro foco da doença foi registrado no dia 18 de outubro, em Primavera do Leste, neste ano agrícola a primeira ocorrência da ferrugem foi detectada no dia 10 de novembro, em uma lavoura comercial de Rondonópolis.

Apesar de o plantio da soja começar mais cedo na região Norte de Mato Grosso, nas últimas safras os primeiros focos de ferrugem asiática têm surgido nas lavouras da Região Sul. Os pesquisadores ainda não sabem explicar a causa da infestação mais precoce nesta porção do Estado, mas de acordo com Claudine, existe a possibilidade de o inóculo da doença ser trazido, por meio dos ventos, das plantações bolivianas. O país faz fronteira com o Sudoeste do Estado.

Apesar do atraso no aparecimento da doença, a quantidade de focos deve permanecer próxima do número registrado na safra passada. No último ciclo agrícola, foram verificadas 18 ocorrências. Nesta safra, até ontem, conforme informações do Sistema de Alerta da Embrapa Soja, foram registradas 17 ocorrências da ferrugem nas plantações de Mato Grosso. “Com o vazio sanitário não esperávamos uma redução no número de focos, mas sim retardar a doença”, explica Claudine.

O último registro da doença em Mato Grosso foi detectado no dia 10 de janeiro deste ano, em uma unidade de alerta de Sorriso, no Médio Norte do Estado. A pesquisadora da Embrapa Soja explica que as plantas mais velhas são mais sensíveis a doença, por isso, nas grandes plantações, uma pequena extensão de terra é semeada mais cedo para servir de lavoura sentinela, indicando quando o fungo está na lavoura.

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