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Produtores do MT tomam medidas para recuperar mercado pecuário


Eliminar um prejuízo imediato de R$ 2 a R$ 4 por arroba de carne bovina, gerar empregos e investimentos e ampliar as exportações estaduais. Esses são os principais argumentos do Mato Grosso para reivindicar da União Européia o reconhecimento de área livre de febre aftosa com vacinação de 58 municípios mato-grossenses, localizados no Norte e Pantanal.

Atualmente, 11,8 milhões de cabeças, quase 50% do rebanho estadual estão impedidas de entrar neste mercado. Estão sem o credenciamento 52 municípios do Norte e seis localizadas no Pantanal. Anualmente, são abatidas no Estado 2,5 milhões de cabeças.

"Para o mercado europeu é como se essas regiões fossem consideradas tampão, mas desde 2000, o rebanho estadual tem o reconhecimento da maior entidade sanitária, que é a Organização Internacional de Epizootias (OIE) e desde então lutamos para ter 100% dos municípios habilitados. Temos internamente uma competitividade desigual", explica o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT), Décio Coutinho.

Ele frisa que é como se o Estado tivesse duas realidades sanitárias, sendo o produtor o maior prejudicado, porque nestas regiões a arroba é comercializada com deságio.

"O Estado e a iniciativa privada resolveram tomar a dianteira para buscar solução", frisa Coutinho.

Entre os não habilitados, estão municípios de grande potencial pecuário de corte - e de importância para economia local - como Juína, Juara, Alta Floresta, Cáceres, Poconé e Barão de Melgaço.

De acordo com o assessor governamental para área de carnes do Estado, Luiz Carlos Maeister, a desvalorização da arroba é a conseqüência direta. "Com a habilitação, 3 mil novos empregos diretos passarão a ser gerados e as plantas frigoríficas acabarão fazendo investimentos e gerando divisas", argumenta.

Maeister aponta que outra conseqüência positiva será a ampliação da participação da União Européia na pauta estadual e o aumento das exportações de carne. "É preciso um estudo para mensurar o percentual de incremento", completa.

O coordenador do Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), Gavur Kirst, observa que dos U$$ 154 milhões exportados pelo complexo carne (bovina, aves e suínos), a União Européia, responde por um quarto, ou, 25%, de todas as compras.

"A União Européia é o mercado mais antigo e mais constantes para as vendas externas mato-grossenses", explica. Os principais importadores deste mercado são os Países Baixos, Alemanha, Itália e Reino Unido.

Coutinho relembra que desde 1999 o Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento (Mapa), reconhece o Mato Grosso como livre com vacinação, "e por isso, no último dia 6, em uma reunião como o ministro Roberto Rodrigues, em Cuiabá, entregamos um documento assinado pelo governador Blairo Maggi e representante da iniciativa privada, solicitando a intervenção do ministério nesta questão. Esses municípios sem habilitação para os países do mercado europeu, já exportam para outros países, como por exemplo a Rússia", observa.

Até a última sexta-feira (17-12), nem o presidente do Indea e nem o assessor governamental, haviam recebido uma posição do Mapa. O delegado federal da Agricultura em Mato Grosso, Paulo Bilego não foi encontrado pelo Diário.

O presidente aponta que o gado destas duas regiões tem problema para ser comercializado. "Além de acabar com estas duas realidades, pois somente 12,9 milhões de cabeças estão habilitadas para Europa, os serviços de defesa poderiam ser otimizados, haveria menos burocracia e um atendimento mais ágil", sentencia. Coutinho destaca que para cada realidade, por parte da exigência européia, são necessárias guias e carimbos diferentes.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Rural e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), Homero Pereira, o não credenciamento da influência outros mercados como o dos Estados Unidos.

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