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Produtores do Paraná estão menos sujeitos as baixas do mercado da laranja


Os produtores do Paraná estão menos sujeitos as baixas do mercado da laranja, diz o engenheiro agrônomo Paulo Andrade, do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento. "O sistema de cooperativas que prevalece no Estado tem sido mais hábil em lidar com as flutuações do mercado", avalia. Segundo Andrade, a relação entre produtor e indústria no Estado é mais amistosa que em São Paulo. "Enquanto em São Paulo há uma disputa, no Paraná produção e industrialização andam juntas", aponta.

Outra vantagem paranaense em tempos de crise e redução na exportação é a diversificação. "O produtor que já está no mercado da laranja há muito tempo sabe que é uma operação sujeita a ciclos de alta e baixa e já tem estratégias para sobreviver às vacas magras", explica. Em Rolândia, lembra o técnico do Deral, os produtores de laranja estão também produzindo uva para diversificar a produção.

Mas mesmo quem ainda trabalha exclusivamente com a laranja não desanima. "Em Cornélio Procópio os produtores da região conseguiram um financiamento e vão ampliar a área de produção da fruta, o que mostra que quem tem experiência no setor continua apostando na melhora do mercado"", conta. Andrade acredita que o momento é de bons indicadores. "O mercado está dando mostras de que o pior já passou. Acho que já para a próxima safra haverá uma recuperação", aposta.

"A dificuldade do produtor de laranja no Brasil é que o consumo de suco no mercado interno é pequeno", aponta. A maior parte da produção da fruta do país tem como destino os mercados dos Estados Unidos e da Europa, que foram os mais atingidos pela crise.

São Paulo

No Estado de São Paulo, o maior produtor de laranjas do Brasil, a situação é bem mais crítica. O preço pago pela indústria processadora de suco, hoje cerca de R$ 3,70 por caixa, e o greening, doença que condena as árvores desanima produtores que, endividados, ameaçam acabar com os pomares. Os produtores pedem uma garantia mínima de preços por parte do governo, pois o setor seria controlado por quatro empresas.

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