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Produtores do Paraná exportam palha de milho para o México

Até o final do ano, produtores do PR enviarão as primeiras cinco toneladas de palha de milho com destino ao México


Até o final do ano, cerca de 100 pequenos produtores de Castro, na região dos Campos Gerais, no Paraná enviarão as primeiras cinco toneladas de uma inusitada exportação de palha de milho com destino ao México. O destino final do produto, após o beneficiamento, é envolver o "tamal", comida típica mexicana, feita com milho e queijo, semelhante à nossa pamonha.

A demanda pela palha representa uma nova alternativa de renda aos produtores do município que, hoje, quando não a descartam, utilizam-a para uma forragem de baixa qualidade. Para ser exportada, a espiga precisa produzir palha com 20 centímetros de comprimento e 14 cm de largura, no mínimo. Estão descartados os chamados milhos híbridos, que não têm a consistência nem a espessura desejada, e a colheita mecanizada. Por isso, o negócio é dirigido à agricultura familiar. Os contatos entre a Prefeitura de Castro e a empresa mexicana Administradora Externa, que está adquirindo e beneficiando o produto, começaram há quase um ano. O interesse pelo município, segundo o diretor da Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento, Márcio José Lopes, ocorreu porque a região é uma das maiores produtoras de milho do Brasil - uma média de 200 mil toneladas por ano.

Para esta primeira operação, cada hectare plantado rendeu R$ 800 na venda da palha, totalizando mais de R$ 200 mil em receita extra aos produtores. O representante da empresa no Brasil esteve em Castro há quatro meses e explicou aos produtores locais que a indústria está buscando materiais de excelência para que todos os produtores possam ter acesso a sementes que produzam grande quantidade de palha. A Administradora Externa está pesquisando novos mercados no exterior devido à concorrência interna e ao alto valor da palha dentro do México. Levantamentos preliminares da Prefeitura indicaram que, dentro dessas especificações, se encaixam cerca de 100 produtores, que teriam atualmente condições de produzir de 500 a 700 quilos de palha por hectare. Esses números, no entanto, tendem a aumentar, na medida em que a produção seja voltada para atender à demanda de exportação para o México. "Estamos iniciando uma distribuição de sementes com potencial de produção voltada para atender às exigências do mercado mexicano", informa Lopes.

Embora não se saiba ainda o potencial do negócio, a Secretaria de Agricultura de Castro está repassando aos produtores 20 quilos de sementes que serão pagas com 35 quilos de palha já beneficiada para a venda. Por enquanto, a empresa está prometendo adquirir todo o que for produzido dentro das características exigidas. Márcio Lopes acredita que a safra de 2006/2007 poderá servir de parâmetro para o potencial de produção da região. "Hoje temos a estimativa de até 700 quilos de palha por hectare. Porém com o plantio de uma variedade voltada para uma produção de palha com qualidade exigida pelo mercado, esse volume poderá ser maior", revela. Segundo ele, além de Castro, demonstraram interesse no mesmo processo produtores dos municípios de Rebouças, Malet, Rio Azul e Irati, todas da região dos Campos Gerais.

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