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Produtores do PR retomam plantio de soja após a chuva

Com a chuva, plantio de soja está sendo intensificado na região de Campo Mourão (PR)


Após um período de dias ensolarados e quentes, que provocaram o secamento do solo em grande parte do Paraná, as chuvas voltaram a ocorrer e beneficiam a semeadura das lavouras. O plantio da soja estava acontecendo de maneira tímida e com a chuva está sendo intensificada na região de Campo Mourão.

De acordo com engenheiro agrônomo da Coamo Agroindustrial Cooperativa, Marcílio Yoshio Saiki, o plantio da soja na região de Campo Mourão já atinge entre 60 e 65%. "Com essa chuva o solo estabeleceu a umidade e o plantio deverá terminar ou ficar perto do fim", observa. A desaceleração no plantio estava acontecendo principalmente nas pequenas áreas.

Saiki diz que a maioria das lavouras estão em fase de germinação e chuva ajuda o desenvolvimento. Em relação às pragas e doenças, o agrônomo destaca que ainda não está causando preocupação nos produtores rurais. Porém, os agricultores devem ficar atentos nos próximos dias para o possíveis aparecimento de ferrugem asiática.

Segundo Saiki dois motivos podem causar o aparecimento da doença nas lavouras da região. O primeiro é devido ao ataque em grande escala da ferrugem asiática que aconteceu no ano passado e também pelas previsões de que o clima será úmido. "A doença já existe na região e é só uma questão de condições climáticas para se desenvolver", pondera.

De acordo com o terceiro levantamento divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura, o Paraná deverá plantar 3,95 milhões de hectares com o grão. Assim, serão 65 mil hectares a mais com o produto. Ou seja, um crescimento de 1,7%. Esse aumento até poderia ser maior se, na região do arenito caiuá, os produtores não estivessem migrando para o cultivo da cana-de-açúcar ou pastagens.

A produção estimada é de 11,89 milhões de toneladas de soja. Caso as lavouras tenham um desenvolvimento normal, a produção do Paraná poderá ser 28,6% maior à verificada neste ano, que foi prejudicada pela falta de chuvas.

Safra de inverno é 20,3% menor do potencial

Em conseqüência das adversidades climáticas que atingiram o Paraná, a Secretaria da Agricultura fez uma nova estimativa da produção de grãos de inverno. Agora, a produção de grãos da safra 2005/06 está estimada em 23,34 milhões de toneladas. Ou seja, uma redução de 20,3% diante de um potencial produtivo de 29,31 milhões de toneladas.

Apesar das adversidades climáticas ocorridas durante a safra, o volume de grãos estimado ainda é 3,9% superior ao verificado na safra 2004/05. Segundo o chefe do Deral, Paulo Roberto Meira, um dos fatores que explicam o crescimento do volume de grãos é a migração de áreas, antes ocupadas com soja, para o milho.

Nesta safra, a área cultivada com milho safrinha está estimada em 979,2 mil hectares. Com isso, verifica-se acréscimo de 13,2% comparado à área semeada em 2005. Com o encerramento da colheita, a produção é estimada em 3,53 milhões de toneladas.

Já a área de com trigo no Paraná está estimada em 888,6 mil hectares. Ou seja, 30,5% menor que a semeada em 2005. O Estado poderá colher 1,14 milhão de toneladas de trigo. As adversidades climáticas comprometeram o volume e a qualidade do produto, sendo que a redução na produção chega a 48,6% diante do potencial produtivo que era de 2,21 milhões de toneladas. Mesmo assim o Paraná continua sendo o maior produtor nacional de trigo, com 48% da produção brasileira.

Temperaturas seguem acima do normal

As temperaturas da semana se elevaram em relação à semana anterior, situando-se em cerca de 4 ºC acima dos valores normais para essa época do ano. As áreas vizinhas aos vales dos Rios Paraná e Paranapanema, desde Porecatu até Foz do Iguaçu, apresentaram as maiores temperaturas, com média semanal de 27 a 30 ºC (média das máximas entre 33 e 36 ºC).

Na faixa que corta diagonalmente o centro do Estado, de Cambará a Francisco Beltrão, a temperatura média apresentou valores intermediários, variando entre 24 e 27 ºC (média das máximas de 30 a 33 ºC). Nas áreas mais elevadas do sul do Estado, correspondentes às regiões dos Campos Gerais, Ponta Grossa, Guarapuava e Curitiba, apresentaram temperaturas médias entre 21 e 24 ºC (média das máximas de 28 a 31 ºC).

Choveu pouco e irregularmente na maioria das regiões. Até anteontem, as chuvas da semana havia acumulado 20 a 60 milímetro nas regiões Centro, Oeste e Sudoeste, e menos de 20 milímetro no restante do Estado. A baixa precipitação dos últimos dias contribuiu para se obter totais de chuvas do mês de outubro abaixo da média histórica na maioria das regiões. Assim, com exceção da região Sudoeste e parte da região Oeste, que apresentou excesso de 50 milímetros, na maioria das regiões ocorreu baixa deficiência mensal (até 50 milímetros).

As áreas próximas a Londrina, Campo Mourão e Curitiba tiveram deficiência mensal moderada (até 100 milímetros) e as vizinhas a Cambará e Maringá apresentaram deficiência hídrica mensal mais elevada (até 150 milímetros).

O aumento da temperatura elevou a demanda hídrica das culturas, que apresentou valores médios entre 5,5 e 6,5 milímetros por dia na região do Arenito Caiuá, entre 4 e 5,5 milímetros por dia nas regiões Norte, Oeste e Sudoeste e entre 2,5 e 4 milímetros por dia nas demais regiões. Antes da ocorrência das chuvas no dia 31, o armazenamento de água disponível no solo esteve abaixo de 50% da capacidade máxima na maioria das regiões.

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