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Produtores do Sul de Goiás apostam no milho para lucrar mais

Milho safrinha ainda é preferência entre produtores


Áreas de cultivo de cana aumentam consideravelmente no estado, mas milho safrinha ainda é preferência entre produtores que querem aumentar a rentabilidade no campo
O estado de Goiás é considerado a nova fronteira agrícola para a produção de cana-de-açúcar no país, mas mesmo assim o milho safrinha é a grande aposta dos produtores da região de Piracanjuba, no Sul goiano. O cultivo da cana ainda não foi bem aceito pelos produtores de grãos da região, ao contrário do que vem ocorrendo próximo à Quirinópolis e Jataí.
 
De acordo com o gerente da filial da Ceagro de Goiatuba, Welinton Hugo de Oliveira, as lavouras da região ainda estão “protegidas” da cana por causa da falta de tradição no seu cultivo e do bom preço do milho. “Alguns produtores até investiram em cana na expectativa de instalações de usinas na nossa região, mas isso não aconteceu. Por aqui a tendência das pastagens é migrar para a produção de grãos por causa da rentabilidade”, afirma Oliveira.
 
Dia de campo
 
 Essa realidade foi conferida de perto pelo Rally Ceagro/Expedição Safra, que realizou na região o terceiro de cinco eventos programados para a temporada. O dia de campo itinerante percorreu 150 km entre os municípios de Goiatuba e Piracanjuba no início dessa semana. Cerca de 100 pessoas, entre produtores de grãos, representantes de cooperativas, traders, técnicos agrícolas e jornalistas, formaram um comboio com mais de 25 carros que percorreu cinco propriedades entre um município e outro.
 
Os participantes conferiram de perto as variedades de soja e milho que estão sendo testadas na região para garantir maior rentabilidade ao produtor. Os expositores, entre eles representantes da Basf, Monsanto, Agroceres, Agroeste/Monsanto, apresentaram novidades tecnológicas como cultivares de sorgo e híbridos de milho com flexibilidade no controle de pragas, milho com ciclo de 58 dias, milho de alta produtividade. As novidades já foram testados e atingiram ótimos resultados em municípios como Jataí e Rio Verde.
 
A economista Vanessa Nardy, do Centro de Inteligência do Agronegócio da PricewaterhouseCooper, comenta que a produção de grãos no estado deve se manter apesar da chuva e que o grande responsável por isso será o milho, já que a área de produção de milho está aumentando por causa da valorização do grão. Segundo a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação de Goiás, na safra passada foram cultivado 458.523 hectares de milho safrinha no estado. Neste ciclo, a área aumentou para 573.180 hectares. Considerando a 1ª e 2ª safras serão cultivados 960.325 hectares.
 
E justamente o milho foi um dos destaques dessa etapa do Rally. Várias novidades sobre o grão foram apresentadas aos produtores que estão investindo na safrinha do milho nos últimos anos. O produtor Mauro César Antônio, de Piracanjuba, plantou 440 hectares de grãos no ciclo 2011/12, dos quais 200 hectares são de milho safrinha. O agricultor passou a investir no milho há cinco anos na busca de rentabilidade e desde o início se deu bem com a produção. Ele conta que, mesmo com o veranico que atingiu as lavouras no ciclo passado, conseguiu colher 95 sacas por hectare e, nesta safra, com o clima estável, espera colher 120 sacas por hectare. Agora o produtor aposta mais alto e está testando novas variedades. “Estou procurando sementes mais resistentes, plantei 50% de uma nova variedade para poder colher mais”, explica Antônio.
 
Segundo Oliveira, os produtores da região estão investindo em culturas de alta rentabilidade como soja, tomate e, especialmente, milho. Ele explica que a área já tem estrutura para esse tipo de cultura e tudo é comercializado. “Tudo que é colhido tem onde ser vendido, o agricultor não fica com a produção parada”, afirma.

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