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Produtores pedem providências para o escoamento da produção

Falta de logística ameaça potencial agropecuário do leste mato-grossense


Com um rebanho de cinco milhões de bovinos e 613 mil hectares de soja, arroz e milho cultivados na atual safra, a região leste do Estado enfrenta sérios problemas para transportar sua produção. Os 570 quilômetros de estrada ligando a região do Vale do Araguaia ao estado de Goiás estão em precárias condições e não existe ponte para a travessia do rio das Mortes, que é feita por meio de uma velha balsa, inadequada para atender ao grande fluxo de caminhões carregados de grãos e calcário. Na semana retrasada dois bitrens afundaram junto com as balsas.

Além da área cultivada, há ainda 1 milhão de hectares de pastagens degradadas na região que podem ser reincorporadas ao processo produtivo, tornando a região com o maior potencial pecuário do Estado em áreas de cerrado.

“Temos ainda a possibilidade da saída rumo Norte do país, pela rodovia BR-158 que é uma esperança para os agricultores, pois tornará o produto mais competitivo, através do escoamento pelos portos de Itaqui e Belém”, explica o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT) para a região leste e também coordenador da Comissão de Logística da entidade, Marcos Rosa.

Apesar de todas as vantagens oferecidas pela região, hoje as dificuldades de transporte do calcário - principal insumo para a produção no cerrado mato-grossense – estão causando apreensão nos produtores.

Anualmente, a necessidade de reposição de calcário, que deve ser feita a cada quatro anos só para a manutenção da produção já existente, é de 551 mil toneladas. “Se somarmos as áreas de expansão da agricultura, a necessidade passa para 1 milhão de toneladas, ou seja 33,33 carretas, que tem somente o período da entressafra para transportarem o insumo”, aponta Rosa.

Todo este volume de calcário é transportado através da rodovia MT-326, e por meio de uma velha balsa, inadequada para atender ao grande fluxo de caminhões carregados de grãos e calcário. Segundo Marcos Rosa, a balsa está em condições precárias e já naufragou duas vezes.

Por esta mesma balsa, passa a maior parte do milho e do sorgo produzidos na região, que por serem destinados diretamente a confinamentos em Goiás, tem um diferencial de preço em relação ao restante do Estado. “Sem este comércio, certamente não haveria o volume de produção atual”, lembra Rosa.

RIO DAS MORTES - A balsa que opera a travessia naufragou novamente agora em 2009. “É necessário considerar a mudança que ocorreu nos caminhões que passam na balsa durante este período, passando para bitrens, sendo, portanto, a balsa obsoleta em termos de tamanho e segurança, não atendendo ao fluxo de veículos e também dos pesos que utilizam esta via de transporte hidroviário”.

Diante deste quadro, os produtores estão solicitando das autoridades apoio para agilizar o processo de federalização da MT-326 para BR- 251 e, ao mesmo tempo, pleitear a construção da ponte sobre o rio das Mortes nesta rodovia. “Queremos, de imediato, que a Marinha faça uma consulta para verificar a possibilidade de nova concessão para uma balsa que atenda às necessidades dos produtores para transpor o rio”, afirma Marcos Rosa. A largura do rio das Mortes, no local da travessia, é de 450 metros.

No sábado passado, produtores do Vale do Araguaia realizaram um “buzinaço” para chamar a atenção das autoridades e cobrar a construção da ponte.

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