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Produtores rurais de Piracema iniciam no Projeto ABC Cerrado

INPE) divulgou em junho deste ano, através do Ministério do Meio Ambiente, dados que apontam o desmatamento no Cerrado do país

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou em junho deste ano, através do Ministério do Meio Ambiente, dados que apontam o desmatamento no Cerrado do país. O aumento foi de 9%, comparado aos números de 2017. Para mudar esse cenário, ações estão sendo implantadas junto ao produtor rural. Com cursos específicos, pretende-se levar ao homem do campo o conhecimento necessário em tecnologias e pesquisas para a recuperação do Cerrado Brasileiro, justamente o objetivo do Projeto ABC Cerrado. Na semana passada, mais uma turma de produtores, da cidade de Piracema, iniciou no projeto. É o primeiro desenvolvido pela regional de Lavras.

O projeto é dividido em 4 módulos e tem como instrutor Renato Picinin. O primeiro módulo, que é teórico, apresenta para o produtor participante como funciona o projeto, seus objetivos e metas. No segundo, acontece o dia de campo, no qual é feito o levantamento e avaliação das áreas degradadas daquela região. “O projeto começou há um ano. Foram selecionados 50 produtores de áreas distintas. Desses, 30 participarão do projeto e os outros 20 serão acompanhados fora do programa”, explica o instrutor.

A ideia do ABC Cerrado é implementar ações no campo utilizando tecnologias desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que é parceira do projeto junto com o Senar, MAPA e Banco Mundial. Segundo Renato, o produtor desconhece o que é uma área degrada, há uma carência muito grande de informações: “O que percebo é que a grande maioria não sabe distinguir um problema de pasto. Com o curso pretendemos dar esse suporte, apresentar para o produtor formas eficientes para implantar uma lavoura sem agressão ao meio ambiente”, diz Renato.

E os produtores de Piracema estão animados. Elton Wagner Lara, aluno do curso, já está aplicando as técnicas e orientações recebidas pelo instrutor. O produtor, que trabalha com bovinocultura de leite e corte, diz que a iniciativa foi excelente: “Agora estou no processo de produzir trato no pasto, na reforma da pastagem com mais consciência. Também irei começar com o processo de proteção das nascentes. Esse aperfeiçoamento faz a diferença. Espero poder participar de mais cursos de outras áreas também, assim eu consigo ampliar minha visão e o meu negócio”.

Euler Luiz de Oliveira Penido trabalha com gado de corte e silvicultura. Para o produtor, o curso tem sido muito interessante, agregou conhecimento e novas práticas. “Acho que realmente essas informações são necessárias para o produtor. Visitamos áreas de preservação permanente, nascentes e tomamos conhecimento do que devemos fazer, as técnicas corretas que irão facilitar a nossa atividade e ainda preservar o meio ambiente”.

Resultados

Ao todo, 70 turmas já participaram entre 2016 e 2018. Mais de 800 produtores foram capacitados e cerca de 75% deles aplicaram os conhecimentos e tecnologias adquiridas nas capacitações. De acordo com o analista técnico da Formação Profissional Rural do Senar e coordenador do projeto em Minas, Caio Sérgio Oliveira, esse foi o resultado levantado pela última avaliação de impacto do projeto. Os dados mostram ainda que foram recuperados, em média, 47 hectares por propriedade que recebe assistência técnica; cerca de 1.167 por hectare investidos pelo produtor para recuperação e reforma de sua pastagem.

“É um resultado muito bom, pois temos uma porcentagem alta de produtores que aplicam as tecnologias do ABC. O produtor está tirando dinheiro do bolso porque acredita que as ações da assistência técnica e gerencial surtem resultado. Até agora, 47 hectares foram recuperados; isso aponta uma área expressiva, se considerarmos que muitos são pequenos e médios produtores. Tem produtor que já recuperou mais de 100 hectares”, explica Caio.

O ABC Cerrado é desenvolvido em oito estados, e Minas Gerais ocupa uma posição de destaque nos resultados alcançados. A primeira turma de Piracema continua o curso no dia 4 de outubro. Um outro grupo de produtores, também do município, iniciará no programa em 3 de novembro deste ano.

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