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Produtores terão maior opção de escolha na hora de plantar

A aprovação da lei de biossegurança traz alívio aos produtores brasileiros e também às empresas de pesquisa


A aprovação da lei de biossegurança traz alívio aos produtores brasileiros e também às empresas de pesquisa que vinham trabalhando com a multiplicação de sementes de soja transgênica mesmo sem a garantia de poderem comercializa-las. O consultor agronômico e produtor rural Evaldo Kzushi Takizawa, de Primavera do Leste, assegura que a aprovação do texto que libera o plantio e a comercialização dos alimentos geneticamente modificados coloca o Brasil em condições de igualdade com os demais países produtores.

Evaldo assegura que a aprovação da lei vai permitir ao produtor brasileiro ampliar o leque de escolha entre o cultivo da soja transgênica ou convencional. “Os royalties ainda são um empecilho para a comercialização dos transgênicos, mas pelo menos o produtor terá mais liberdade de escolha. Outro ponto positivo dessa aprovação é que com a liberação da comercialização as empresas de pesquisa poderão avançar e com isso os royalties tendem a baixar tornando o mercado mais competitivo e benéfico para o produtor”, afirma.

O consultor agronômico também assegura que a aprovação da lei de biossegurança tira a agricultura brasileira de uma situação marginal. Ele avalia que o agricultor também passará a evitar a pirataria já que muitos produtores já plantaram soja transgênica utilizando material pirateado e sem origem comprovada. “O Brasil não poderia continuar freando o avanço da ciência”, conclui.

O engenheiro agrônomo da Fundação Centro Oeste de Pesquisa, Márcio Celso Reis Sandoval Júnior, lembra que com a aprovação da lei as empresas poderão comercializar as sementes de material transgênico que vinham sendo multiplicadas. Só a Fundação Centro Oeste estará disponibilizando nesse ano cerca de 22 mil sacas de sementes transgênicas das variedades BRS Valiosa RR, que vem do retro-cruzamento da variedade Conquista; BRS Baliza RR, que vem do retro-cruzamento da Celeste e da BRS Silvania RR, que teve origem na variedade Jataí.

“Nesse ano ainda teremos um volume pequeno de sementes de soja transgênica, mas acredito que a tendência é ampliar a quantidade nos próximos anos. Já temos linhagens para lançamento e estamos aguardando somente os testes de avaliação”, explica o engenheiro agrônomo.

Márcio destaca que com a liberação da comercialização das sementes transgênicas os produtores poderão adquirir as sementes já pesquisadas, o que dá mais segurança ao produtor. “Com isso o agricultor deixa de dar um tiro no escuro e pode adquirir material já conhecido e adaptado a nossa realidade, sem que tenha que piratear sementes”, afirma.

Para ele o volume de sementes de material transgênico ainda será insuficiente para garantir a cobertura de 100% da área de plantio com soja geneticamente modificada, mas avalia que a tendência é que a área vá ampliando significativamente a partir dessa liberação.

A estimativa da Federação de Agricultura de Mato Grosso é que a área de soja transgênica para a próxima safra seja de 300 a 400 mil hectares plantados. Mesmo antes da aprovação da lei de biossegurança os produtores rurais que plantaram material geneticamente modificados dizem que tiveram uma redução de 10% no custo de produção, além da soja ter tido maior tolerância à ferrugem asiática, se comparada ao material convencional.

A Coodetec – (Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola) está multiplicando a variedade CD 219 RR e deve disponibilizar cerca de 1 milhão de sacas da variedade que está sendo testada principalmente em Mato Grosso e com características específicas para o Centro-Oeste Brasileiro, já para a próxima safra.

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