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Prognósticos indicam sequência do fenômeno La Niña

Previsão de precipitações abaixo da média e distribuição irregular das chuvas nos próximos meses


Previsão de precipitações abaixo da média e distribuição irregular das chuvas para os próximos meses

O clima foi um dos assuntos que mais preocuparam os agricultores brasileiros nos últimos meses, em especial no Sul do país. Durante o mês de novembro, as precipitações ficaram abaixo da média na maior parte do Paraná. A distribuição das chuvas ao longo do mês continuou seguindo um padrão irregular, intercalando períodos de muita chuva, com períodos maiores sem precipitação.

Conforme o meteorologista Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as condições climáticas globais registraram em novembro a mesma tendência de outubro, ou seja, com a temperatura das águas do Oceano Pacífico Equatorial mais fria que o normal para a época do ano. Esta configuração mantém a tendência de continuidade do fenômeno La Niña. Os prognósticos climáticos de grande escala indicam a sequência deste fenômeno, pelo menos até meados do próximo ano. “Com a continuidade do La Niña e, consequentemente, sua influência no clima ao longo de toda a safra de verão, continuamos com a tendência de precipitações abaixo da média, bem como, uma distribuição mais irregular das chuvas, para os próximos meses. Reitero que a ocorrência de queda de granizo é maior em anos como este”, alerta o meteorologista.

Em janeiro, a região Sul como um todo, apresentará um clima semelhante a novembro, com chuvas muito irregulares, ficando abaixo da média. “Não é um clima favorável às nossas lavouras de verão, aqui no Sul do Brasil”, observa. Nas demais regiões (Centro-oeste, Sudeste e áreas produtoras do Nordeste), as chuvas devem ser mais regulares e não devem causar grandes preocupações para agricultura, com clima favorável para as lavouras.

Segundo Lazinski, essas alterações climáticas são sazonais e não são influenciadas pela ação do homem. “O clima no mundo sempre mudou e vai continuar mudando, cada ano é diferente um do outro, portanto, mudanças climáticas sempre ocorreram e continuarão ocorrendo, independente do homem afetar ou não. Concluindo, o clima não está mudando, isto é uma variação natural e, está dentro das variações ocorridas em épocas anteriores, ou das variabilidades verificadas no passado”, explica.

Para o geógrafo Homero Haymussi, um ponto de fundamental importância e que, na maioria das vezes não é considerado, refere-se à posição das estações meteorológicas, responsáveis pela coleta de dados no mundo todo. “Em virtude do crescimento de muitas cidades, as estações que antes se localizavam em áreas rurais, hoje se encontram nas cidades. Essa questão deveria ser melhor investigada”, observa Haymussi.

Segundo ele, há muito tempo se fala em ações para amenizar o impacto dessas alterações, mas infelizmente poucos estão preocupados com a situação, que cedo ou tarde virá. “Será fundamental a pesquisa de novas cultivares adaptadas aos futuros padrões climáticos”.

Já para Lazinski, os produtores podem se prevenir das condições climáticas adversas, adotando práticas agrícolas que venham a minimizar eventuais prejuízos, em anos como este, fazendo escalonamento de plantio, utilizando variedades mais resistentes (que às vezes podem não ser as mais produtivas, mas que resistem mais as condições climáticas), entre outras.

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