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Programa fortalece produção de caju no estado do Piauí

Iniciativa engloba ações como cadastro, seleção de produtores e beneficiamento do pseudofruto



No final de 2012, recursos da ordem de R$ 4 milhões, oriundos de destaque orçamentário da Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional (SDR/MI), foram destinados ao Programa de Fortalecimento da Cajucultura. Por meio de contrato com a Associação Piauiense dos Produtores de Sementes e Mudas (Apsem), a Codevasf realizará, até 2015, a distribuição de 1,2 milhão de mudas de cajueiro anão precoce.

Na primeira fase, foram entregues 275 mil mudas. Com a escassez de chuvas, o contrato com a Apsem foi interrompido temporariamente em maio de 2013 – tendo em vista que o plantio de cajueiros nessas circunstâncias não permite resultados satisfatórios – e retomado em março deste ano. Nesses últimos dois meses, já foram entregues cerca de 620 mil mudas aos produtores, totalizando quase 900 mil unidades entregues, o que corresponde a quase 75% da meta prevista.

Reinaldo da Rocha é um dos produtores familiares beneficiados pelo Programa de Fortalecimento da Cajucultura no Piauí, que é executado pela Codevasf desde 2003 e envolve ações como cadastro e seleção de produtores; fornecimento de mudas destinadas à reposição e implantação de novas áreas; estruturação agroindustrial da cadeia por meio da construção de unidades de conservação e beneficiamento do pseudofruto.

Cerca de 1.200 cajucultores estão sendo beneficiados hoje com a iniciativa, que está direcionada ao semiárido piauiense, especificamente à microrregião de Picos, onde se encontra a maior área plantada no estado. “Esse programa foi muito bom, porque a gente aqui sobrevive do caju. Se fôssemos comprar essa muda, sairia muito caro para o produtor. A distribuição pelo governo foi um estímulo muito importante pra nossa região”, afirma o cajucultor Reinaldo da Rocha.

O superintendente da Codevasf no Piauí, Inaldo Guerra, ressalta a importância do programa. “A microrregião de Picos é uma excelente área de desenvolvimento da cajucultura, e consequentemente essa ação da Codevasf contribui para que o homem permaneça no campo, tenha uma renda, evitando, assim, o êxodo rural. Em virtude desse trabalho, nós já temos conhecimento de 12 grandes agroindústrias que se instalaram na região e trabalham com processamento do pseudofruto (suco e polpa), o que gera 1 mil empregos diretos e 6 mil indiretos”.

Segundo o presidente da Apsem, Ranilson Bezerra, antes da distribuição das mudas é feita a seleção e o cadastro dos produtores a serem beneficiados, os quais devem atender a alguns critérios estipulados e validados pela equipe técnica da Codevasf: ser agricultores familiares, residentes na zona rural das cidades atendidas, bem como ter aptidão para exploração da cajucultura com apresentação da DAP (Declaração de Aptidão do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – Pronaf). “Cada produtor selecionado recebe, no máximo, 400 mudas de caju anão precoce enxertado, devendo apresentar, por ocasião do cadastro, a disponibilidade de área para plantio”, esclarece.

Cultura promissora

O cajueiro (Anacardium occidentale L.) é uma cultura nativa do Brasil, perene e que tem uma importante característica produtiva no que diz respeito ao potencial de exploração econômica. Da árvore, pode ser retirado um conjunto de produtos, sendo os principais a castanha, de onde se extrai a amêndoa, e o pseudofruto ou pedúnculo, que pode ser consumido “in natura” ou aproveitado em forma de sucos, cajuína, doces, polpas, entre outros.

O Piauí ocupa hoje o segundo lugar no cenário nacional em produção de caju. Desde 2003, quando iniciaram as ações do Programa de Fortalecimento da Cajucultura no Estado, a Codevasf já atendeu a cerca de 120 municípios e beneficiou em torno de 21 mil famílias, com distribuição de 7 milhões de mudas, envolvendo uma área plantada de 32 mil hectares.

O trabalho da Companhia, juntamente com outras ações desenvolvidas por órgãos públicos e pela iniciativa privada, vem influenciando diretamente o crescimento da atividade no Piauí, o que pode ser visualizado por indicadores recentes, como área colhida (133 mil hectares), produção de castanha (50 mil toneladas ao ano) e um crescente aproveitamento do pedúnculo do caju.

A exploração do caju ocorre, em patamares de exploração comercial, principalmente nas cidades do Sudeste do Piauí, nas proximidades da microrregião de Picos. Esse território é composto por 36 cidades, nas quais são explorados aproximadamente 70 mil hectares, o que representa cerca de 50% de toda a área de cajucultura do estado. Porém, por se tratar de uma região que explora a cultura de forma racional, com produtividades acima da média verificadas no Piauí, o volume de produção obtido supera os 50% do total obtido.

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