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Programa incentiva técnicas para produção sustentável de sementes

Programa que dissemina uso e manejo de adubos verdes já alcançou 16 estados e o DF


Terra fértil e pronta para a produção de alimentos de forma sustentável e sem prejudicar o solo é o resultado obtido pelos agricultores que utilizam adubos verdes. A prática é antiga, conhecida por chineses, gregos e romanos há mais de dois mil anos, e se baseia no plantio de espécies que fixam o nitrogênio, preparando o terreno com nutrientes para outras culturas.

Para disseminar o uso e manejo de adubos verdes, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) deu início, em 2007, ao Programa Bancos Comunitários de Sementes de Adubos Verdes, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). A iniciativa já alcançou 16 estados e o Distrito Federal. Além da participação de pesquisadores da Embrapa, conta com o apoio de 200 profissionais da assistência técnica, extensão rural e órgãos de pesquisa que compõem as Comissões Estaduais da Produção Orgânica nas Unidades da Federação (CPOrgs).

Na cidade de Seropédica (RJ), a Embrapa Agrobiologia atua como unidade propagadora da ideia. Os pesquisadores capacitam os extensionistas que, por sua vez, repassam o conhecimento aos agricultores e acompanham o plantio, o uso de adubos verdes, a produção de sementes e a formação dos bancos comunitários. “O programa favorece o diálogo entre governo, agricultores, extensionistas e cientistas”, destaca o agrônomo José Guilherme Guerra, pesquisador da Embrapa.

A lógica do programa é simples: os grupos de agricultores interessados entram em contato com a CPOrg, na Superintendência Federal de Agricultura do estado, onde a adesão é avaliada e planejada. A partir daí, começa o curso de capacitação com a distribuição de cartilhas sobre adubação verde das sementes que serão utilizadas no primeiro plantio.

Os agricultores ou entidades representantes assinam um termo com o compromisso de produzir, pelo menos, a mesma quantidade de sementes que receberam para a formação dos bancos familiares ou comunitários. “A ação é fundamental para a agricultura familiar porque viabiliza a técnica, fornece a matéria-prima, que ainda é de difícil acesso no mercado, e proporciona aumento na produção de forma sustentável”, enfatiza José Guerra.

Na fase inicial do programa, os agricultores receberam sementes de crotalária juncea, feijão guandu e mucuna preta, tipos de leguminosas mais populares, com maior capacidade de adaptação a diferentes condições de solo e clima. A demanda regional possibilitou a inclusão de outras espécies. O programa inclui 12 espécies de adubos verdes e ampliará ainda mais essa diversidade a partir do plantio na safra 2010/2011. O Rio de Janeiro, por exemplo, adotou mais sete espécies, incluindo o nabo forrageiro, o tremoço branco e a ervilhaca, mais propícias ao clima frio característico da região serrana. Atualmente, 174 produtores fluminenses, em 33 municípios, receberam orientações para o uso e manejo dos adubos verdes e a produção de sementes necessárias à formação dos bancos.

O pesquisador da Embrapa Agrobiologia define a adubação verde como uma técnica de caráter multifuncional que melhora as condições químicas, físicas e biológicas do solo. “É bem diferente de usar um adubo químico que apenas induz o ganho de produção”, analisa.

Expansão do Programa

Em Minas Gerais, um dos destaques nacionais, o programa se consolida como uma política pública para a agricultura. Atualmente, 302 dos 853 municípios têm atividades vinculadas ao programa e 781 agricultores estão envolvidos diretamente por meio de grupos informais, associações ou cooperativas.

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