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Projeto Biomas Tropicais é apresentado a lideranças no Ceará

A revitalização da cajucultura em municípios do litoral Leste do estado do Ceará será estimulada pelo projeto


Foto: Pixabay

A revitalização da cajucultura em municípios do litoral Leste do estado do Ceará será estimulada pelo Projeto Biomas Tropicais, que reúne instituições de pesquisa com a missão de levar conhecimento e tecnologias ao setor produtivo. Na manhã da quarta-feira (11/08), o projeto foi apresentado para lideranças dos municípios de Beberibe, Aracati, Fortim e Cascavel (CE), onde deve ser instalado o polo demonstrativo.

A ação será realizada por meio de parceria ente o Instituto Fórum do Futuro, a Embrapa Agroindústria Tropical e o Sebrae e terá como tecnologia-ancora a exploração sustentável da cadeia produtiva do cajueiro em conjunto com ovinos e apicultura. A iniciativa, que envolve o conceito de Integração Lavoura-Pecuária,-Floresta, contemplará projetos que vão desde o campo, passando pela conectividade à diversidade industrial e por uma estratégia de comunicação, com o objetivo de agregar valor aos produtos do Polo.

“O Brasil chegou a responder por 27% do volume comercializado de amêndoas de castanha de caju no mercado mundial. Mas, das 30 empresas processadoras existentes no passado, restaram quatro“, informou o chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical, Lucas Leite, que apresentou a proposta de revitalização sustentável para a cajucultura. Segundo ele, nos anos mais recentes, face à baixa oferta de matéria-prima local, essas empresas têm lançado mão da importação de castanha in natura da África buscando reforçar o estoque de matéria-prima e consequente redução da ociosidade industrial.

Para mudar esta realidade, a proposta prevê uma série de etapas envolvendo a incorporação de tecnologias ao setor produtivo. O trabalho deve contemplar a caracterização do território, o manejo tecnológico dos pomares, ações que promovam o aproveitamento integral das matérias primas com agregação de valor ao produto. Prevê ainda a articulação de redes de negócios, fortalecimento da cultura do empreendedorismo, criação de mercados e fortalecimento das lideranças locais.  

O representante do Sebrae, Reginaldo Lobo apontou entre os desafios da proposta a construção de redes e de uma cultura de cooperação, integração com outras cadeias de valor, a assistência técnica, modelos de negócio e governança territorial. 

O presidente do Instituto do Futuro, Alysson Paolinelli, afirmou que a articulação entre os parceiros é o principal papel das instituições envolvidas no projeto. ”Nosso papel é ajudar a mobilização”, afirmou o ex-Ministro da Agricultura. Paolinelli foi indicado para o Nobel da Paz em 2021 e agraciado com o World Food Prize, considerado o Nobel da Alimentação. 

O projeto identificará produtores inovadores, detentores ou interessados nas variadas práticas tecnológicas que estão sendo disponibilizadas pela pesquisa, e que se comprometam a abrir seus pomares à visitação dos técnicos e dos potenciais produtores passíveis de adotar os novos modelos de exploração da cultura. 

O projeto Biomas Tropicais contará com outros polos demonstrativos na Amazônia, na Caatinga e nos Cerrados, e tem como grande missão reduzir a distância entre a produção científica e a realidade do setor produtivo. "Ninguém conhece melhor os Bioma Tropicais que o Brasil, porém mais da metade das tecnologias sustentáveis que já produzimos jamais chegaram à sociedade”, comenta Alysson Paolinelli.

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