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Projeto Campo Futuro levanta custos de produção da banana em Goiás

Em Goiás se importa, na safra, de 30% a 40% da banana consumida no estado


Marcos Antônio Silva é produtor de banana no município de Anápolis, em Goiás. A cultura é uma tradição de família há mais de 50 anos. Até então, a atividade sempre foi tratada como uma fonte de renda complementar na fazenda. Mas ele enxergou um potencial não percebido antes. Investiu na lavoura e a banana prata se tornou o principal negócio. Hoje ele abastece supermercados de Anápolis e Goiânia e faz planos para aumentar a produtividade, atualmente de 13 toneladas por hectare, para suprir a carente demanda pela fruta.

“Em Goiás se importa, na safra, de 30% a 40% da banana consumida no estado. Na entressafra, a importação é de até 70%”, relata Marcos, enquanto orienta seus funcionários com a colheita da fruta nos 30 hectares de uma de suas fazendas.

Ele acompanha minuciosamente cada detalhe do trabalho dos oito trabalhadores que o ajudam a tocar o negócio. Tem uma receita satisfatória, mas admite que pode melhorar a gestão dos seus custos de produção para investir no aumento de produtividade e obter mais renda.

E para buscar mais informações com o intuito de melhorar a administração de seu negócio, ele foi um dos participantes do painel de levantamento de custos de produção de banana, dentro do projeto Campo Futuro, na segunda (30), no Sindicato Rural de Anápolis. 

O evento reuniu técnicos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (IFAG), ligado à Faeg, e do Centro de Inteligência de Mercados da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA).

No encontro, eles conheceram de perto a situação do município, discutindo com os produtores da região informações estratégicas sobre as propriedades modais (típicas) para auxiliar os agricultores no dia a dia das suas atividades, a partir do diagnóstico identificado nos levantamentos dos custos de produção.

“A gente notou um potencial muito grande na produção de banana aqui em Goiás. A ideia da CNA de trazer o Campo Futuro pra cá foi para tentar dar um apoio a esse produtor e ajudar a ter uma gestão melhor dos seus custos e saber exatamente o que ele está faturando e o que está deixando de faturar”, explicou José Eduardo Brandão, assessor técnico da CNA.

A partir das informações levantadas junto aos bananicultores de Anápolis, foi possível identificar que a receita dos produtores é suficiente para cobrir as despesas. Entretanto, é necessário aprimorar a gestão dos custos de produção para obter ganhos futuros.

“Se o produtor tem na ponta do lápis o custo de produção dele, ele sabe por quanto tem de vender essa mercadoria. E sabendo o quanto ele está investindo e o quanto ele produz, ele pode pensar em fazer um investimento maior para obter ganhos de produtividade e poder melhorar as margens dele”, disse o pesquisador Heitor Parreiras, do CIM/UFLA.

Segundo o analista técnico Alexandro Alves dos Santos, do IFAG/FAEG, a banana é o carro-chefe da fruticultura em Goiás, com uma área de 14 mil hectares e uma produção de aproximadamente 300 mil toneladas. Mas os produtores ainda não têm um controle efetivo dos custos.

“Podemos dizer que quase a totalidade dos produtores no estado não fazem cálculo dos custos de produção. Às vezes têm um custo operacional muito básico, mas que não exprimem a realidade dele e da sua lavoura”, ressaltou.

O bananicultor Wilson Elias Aidar Filho aprovou a inciativa do projeto Campo Futuro. “Até nós, que somos produtores, deixamos a desejar em custos. E eu vi custos aqui que eu nem imagina que existiam. Aprendi muita coisa. Sabendo onde você está gastando seu dinheiro, você vai minimizar esses custos e aumentar sua produtividade e sua renda”.

Clique aqui e veja as fotos do Projeto Campo Futuro  

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