Projeto da Embrapa com biodiesel em assentamento atrai empresariado
Projeto mostra que é possível integrar produção de oleaginosas não alimentares às atividades dos agricultores familiares
Agrolink
- Joana
A iniciativa de inserção de forma sustentável de assentados da reforma agrária na cadeia produtiva do biodiesel tem atraído o interesse de empresários do setor. Representantes de seis empresas, além de agricultores familiares de oito municípios da região de Araraquara, foram até Motuca/SP na última sexta-feira (29/04) para conhecer o projeto piloto que conta com a participação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Fundação de Estudos de Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf- Botucatu).
“Precisamos ter alternativas de fornecimento de matéria prima no Estado. Hoje temos de buscar a cerca de mil quilômetros daqui”, diz o coordenador de originação da Fertibom, Lídio Pereira Júnior. Segundo ele, a empresa tem interesse na forma como foi organizada a participação dos trabalhadores e da prefeitura, bem como a intermediação de técnicos.
O coordenador da empresa, sediada em Catanduva/SP, acompanhou o dia de campo em que foi apresentada a experiência piloto, desenvolvida desde 2009. A representante Alecsandra de Almeida da usina BioVerde, produtora de Biodiesel em Taubaté/SP, também acompanhou o evento que destacou os incentivos governamentais para inserção da agricultura familiar na cadeia do biodiesel. Igualmente interessada no formato do projeto desenvolvido em Motuca, Almeida sugeriu a uniformização, nos Estados, da porcentagem exigida para concessão do Selo Social, previsto no Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel.
Em São Paulo, a total isenção de impostos relativos à contratação de assistência técnica, por exemplo, é concedida a empresas que adquirem pelo menos 30 por cento da matéria prima junto à agricultura familiar, o dobro do exigido em Mato Grosso – estado representado no evento por empresa do município de Sorriso. A situação pode gerar distorções, apontou Almeida.
Assentados – No Assentamento I de Motuca desde sua criação, em 1985, a agricultora Aurelina Pereira (foto) é uma das assentadas que faz a primeira colheita da soja em seus 14 hectares. Animada com os resultados obtidos até aqui, planeja voltar a plantar arroz, milho, feijão e mandioca paralelamente às oleaginosas. Também na expectativa da colheita, Jovito Correa diz desejar obter com a soja renda semelhante à conseguida com a cana de açúcar antes do fechamento da usina que recebia sua produção.
O entusiasmo de quem entrou na primeira etapa do projeto contagia agricultores familiares de outros assentamentos. Em busca de alternativas sustentáveis à cana de açúcar, a agricultora Lindomara Caetano da Silva chegou à Motuca ao lado de outros 30 produtores de Pradópolis/SP em ônibus que ajudou a alugar. “É a segunda vez que venho aqui. Queremos que a prefeitura e a Embrapa nos ajudem também”.
E a sensibilização dos agricultores e do poder público e privado - iniciada com o dia de campo - está nos planos dos coordenadores do projeto piloto, que pode ser replicado em outras regiões. Para o assessor da presidência da Embrapa, Moacyr Sousa, bem como para os parceiros da Fepaf, a experiência demonstrou viabilidade, dado o potencial de aliar interesses do setor produtivo da região.
“O projeto mostra que é possível integrar a produção de oleaginosas não alimentares às atividades tradicionais dos agricultores familiares, diversificando a matriz produtiva e conferindo sustentabilidade econômica à pequena propriedade rural”, diz Sousa.
Um levantamento sobre as variedades de hortaliças mais adequadas à região está sendo feito e a produção será destinada tanto ao consumo das famílias como à merenda das escolas públicas locais, informou o gerente Fernando Matsuura, do Escritório de Negócios de Campinas da Embrapa Transferência de Tecnologia - Unidade da Empresa responsável pela coordenação técnica do Projeto.
As informações são da Embrapa Transferência de Tecnologia
“Precisamos ter alternativas de fornecimento de matéria prima no Estado. Hoje temos de buscar a cerca de mil quilômetros daqui”, diz o coordenador de originação da Fertibom, Lídio Pereira Júnior. Segundo ele, a empresa tem interesse na forma como foi organizada a participação dos trabalhadores e da prefeitura, bem como a intermediação de técnicos.
O coordenador da empresa, sediada em Catanduva/SP, acompanhou o dia de campo em que foi apresentada a experiência piloto, desenvolvida desde 2009. A representante Alecsandra de Almeida da usina BioVerde, produtora de Biodiesel em Taubaté/SP, também acompanhou o evento que destacou os incentivos governamentais para inserção da agricultura familiar na cadeia do biodiesel. Igualmente interessada no formato do projeto desenvolvido em Motuca, Almeida sugeriu a uniformização, nos Estados, da porcentagem exigida para concessão do Selo Social, previsto no Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel.
Em São Paulo, a total isenção de impostos relativos à contratação de assistência técnica, por exemplo, é concedida a empresas que adquirem pelo menos 30 por cento da matéria prima junto à agricultura familiar, o dobro do exigido em Mato Grosso – estado representado no evento por empresa do município de Sorriso. A situação pode gerar distorções, apontou Almeida.
Assentados – No Assentamento I de Motuca desde sua criação, em 1985, a agricultora Aurelina Pereira (foto) é uma das assentadas que faz a primeira colheita da soja em seus 14 hectares. Animada com os resultados obtidos até aqui, planeja voltar a plantar arroz, milho, feijão e mandioca paralelamente às oleaginosas. Também na expectativa da colheita, Jovito Correa diz desejar obter com a soja renda semelhante à conseguida com a cana de açúcar antes do fechamento da usina que recebia sua produção.
O entusiasmo de quem entrou na primeira etapa do projeto contagia agricultores familiares de outros assentamentos. Em busca de alternativas sustentáveis à cana de açúcar, a agricultora Lindomara Caetano da Silva chegou à Motuca ao lado de outros 30 produtores de Pradópolis/SP em ônibus que ajudou a alugar. “É a segunda vez que venho aqui. Queremos que a prefeitura e a Embrapa nos ajudem também”.
E a sensibilização dos agricultores e do poder público e privado - iniciada com o dia de campo - está nos planos dos coordenadores do projeto piloto, que pode ser replicado em outras regiões. Para o assessor da presidência da Embrapa, Moacyr Sousa, bem como para os parceiros da Fepaf, a experiência demonstrou viabilidade, dado o potencial de aliar interesses do setor produtivo da região.
“O projeto mostra que é possível integrar a produção de oleaginosas não alimentares às atividades tradicionais dos agricultores familiares, diversificando a matriz produtiva e conferindo sustentabilidade econômica à pequena propriedade rural”, diz Sousa.
Um levantamento sobre as variedades de hortaliças mais adequadas à região está sendo feito e a produção será destinada tanto ao consumo das famílias como à merenda das escolas públicas locais, informou o gerente Fernando Matsuura, do Escritório de Negócios de Campinas da Embrapa Transferência de Tecnologia - Unidade da Empresa responsável pela coordenação técnica do Projeto.
As informações são da Embrapa Transferência de Tecnologia