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Projeto leva técnicas de cultivo de milho a produtores da Guiana

Pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo foram ao país vizinho no último mês de julho, a fim de realizar assessoria em sistemas de produção e cultivo de milho


Tecnologias desenvolvidas no Brasil ultrapassam fronteiras para contribuir com a agricultura da Guiana. Pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) foram ao país vizinho no último mês de julho, a fim de realizar assessoria em sistemas de produção e cultivo de milho.

As atividades desenvolvidas fazem parte do Projeto “Transferência de técnicas para a produção de milho nas savanas da Guiana”. Durante a viagem, os pesquisadores Antônio Marcos Coelho e José Carlos Cruz puderam realizar um diagnóstico da situação atual dos sistemas de produção lá praticados e identificar os fatores limitantes à produtividade de milho naquele país.

“Com relação às visitas que realizamos em algumas regiões, verificamos que, embora haja algumas experiências para produção de grãos, forragem e milho verde, o sistema de produção utilizado é inadequado, devido à falta de informações sobre tecnologias de manejo de solos e da cultura, associada à inexistência de insumos de um modo geral, principalmente sementes, calcário e fertilizantes”, relata Antônio Marcos.

As sementes disponíveis são variedades locais com baixo potencial produtivo. O rendimento médio no país está em torno de 1.500 quilos por hectare. Entetanto, a demanda por grãos desse cereal é crescente e atualmente a importação atinge 104 mil toneladas por ano. “Em função total dependência externa de milho, alguns produtores estão investindo na cultura. Encontramos, por exemplo, o senhor Alexander Mendes, que tem utilizado sementes importadas do Brasil, como o híbrido BRS 3123, obtendo produtividade superior a 5.000 quilos por hectare”, comenta Antônio Marcos.

Além de visitar propriedades, os pesquisadores da Embrapa participaram de reuniões com profissionais do Instituto Nacional de Pesquisa Agrícola da Guiana e realizaram um seminário sobre produção de milho para autoridades e técnicos. Neste evento, relataram as principais tecnologias utilizadas nos sistemas de produção de milho no Brasil, como, por exemplo, cultivares empregadas (variedades e híbridos), manejo da cultura (espaçamento e densidade de plantio), manejo de solo (plantio direto, cultivo mínimo, adubação), integração lavoura-pecuária, controle integrado de pragas e de doenças. Foi também apresentado um resumo das potencialidades e principais entraves para produção de milho nas savanas.

A partir das informações levantadas com técnicos e produtores, os pesquisadores da Embrapa retiraram algumas conclusões. “Ficou evidente a necessidade de produzir milho na Guiana por questões de segurança alimentar, colonização de terras altas (savanas) e para produção de animais domésticos, principalmente aves e suínos”, relatam José Carlos e Antônio Marcos.

Dentre os fatores que limitam a produção, destacam-se a falta de mercado estruturado, falta de logística nas áreas de savanas, solos arenosos de baixa fertilidade natural, baixa disponibilidade de insumos em geral, principalmente corretivos, fertilizantes e sementes de cultivares adaptadas à região tropical.

Outro aspecto discutido na viagem foi a contribuição que a Embrapa pode oferecer para se incrementar a área e a produtividade de milho na Guiana. Nesse sentido, foram estabelecidas as seguintes prioridades: disponibilizar variedades de milho de polinização aberta, adaptadas às condições tropicais; realizar intercâmbio de experiência em sistemas de produção de milho, incluindo o manejo de sistemas de plantio direto, integração lavoura-pecuária, controle biológico de pragas e rotação e consorciação de culturas.

A próxima etapa do projeto consistirá no treinamento de técnicos e produtores guianenses, no Brasil, em técnicas modernas de cultivo e utilização do milho. Todas as ações fazem parte de um acordo de cooperação técnica celebrado entre os governos brasileiro e da Guiana.

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