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Projeto Mapa Leite conclui Assistência Técnica e Gerencial em Santa Catarina

Durante 20 meses, mais de 800 produtores de leite receberam Assistência Técnica e Gerencial do Senar dentro do Projeto Mapa Leite


Durante 20 meses, mais de 800 produtores de leite de Santa Catarina receberam Assistência Técnica e Gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) dentro do Projeto Mapa Leite. A iniciativa, realizada em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), auxilia no desenvolvimento da cadeia produtiva e na melhoria da qualidade do produto.

O estado catarinense foi o primeiro a começar e a concluir o projeto. Com mudanças no manejo e na gestão do negócio, alguns pecuaristas até triplicaram a produção. Em Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Rio Grande do Sul o projeto ainda está em andamento.

De acordo com a coordenadora do Projeto no Senar, Luana Frossard, o total de recurso disponibilizado para atender os produtores em todo o país foi em torno de R$ 18 milhões. Em Santa Catarina, foram 4,5 milhões de reais para os 855 produtores atendidos.

“Todo o processo envolveu treinamentos, assistência técnica, pagamento mensal de honorário de técnicos de campo e dos supervisores que os acompanham tanto a distância, quanto na propriedade rural”, disse Luana.
 
Um caso de sucesso do Projeto Mapa Leite é a pequena propriedade de Roges e Bruna Rissi, em São Lourenço do Oeste, que produzia 5 mil litros de leite por mês. Após a Assistência Técnica e Gerencial do Senar e as adequações tecnológicas, os 16 animais em lactação passaram a produzir 300 litros por dia e 10 mil por mês.

“No início, nós observamos que muitos animais não estavam produzindo. Então reduzimos esse número e proporcionamos uma nutrição mais adequada aos animais produtivos, como as novilhas e as vacas em lactação. Também ampliamos a área de pastagem perene e a oferta de volumoso”, disse o técnico de Campo do Senar/SC, William Moresco.

Com o salto na renda, o casal investiu em roçadeira, plantadeira, gerador de energia e até botijão de inseminação, que se tornou um grande aliado na parte de melhoramento genético. “Às vezes as vacas demoravam 5 meses para emprenhar porque não tinha ninguém que fizesse a inseminação. Então o técnico incentivou a compra do botijão e nos ensinou a técnica”, afirmou a produtora Bruna Risse.

Já em São Miguel do Oeste, uma propriedade adotou características diferentes de manejo dos animais. A mudança foi deixar o pasto tradicional para utilizar o “Compost Barn”, um sistema de confinamento alternativo para melhorar o conforto e o bem-estar dos animais.

Um dos motivos que levou a família a investir mais de 200 mil reais em estrutura e equipamentos foi o fato da propriedade estar localizada em uma serra. O esforço que os animais fazem para pastar em uma região como essa compromete o bem-estar e a sanidade. Antes, a produção era de 12 mil litros por mês. Com a mudança, saltou para 18 mil litros, com 40 animais em lactação.

“A gente optou por esse sistema por proporcionar mais conforto para a vaca. Como estamos pensando em melhoramento genético, para aumentar a produção de leite, caminhar muito não seria adequado ao animal”, afirmou o produtor Ronaldo Rothmann.

A técnica de Campo do Senar/SC, Adriane Sturzbchbe, explicou que o “Compost Barn” é composto por uma grande cama feita de maravalha e que, para obter um bom resultado, é necessário um manejo adequado dela. “A cama precisa ser revirada, para que haja fermentação e não tenha aumento de bactérias. Assim, evita problemas nos cascos dos animais e consequentemente melhora a qualidade do leite e rendimento da produtividade”.

Santa Catarina é o quarto estado que mais produz de leite no Brasil. Em um raio de 25 quilômetros, entre os municípios de Pinhalzinho e Maravilha, três indústrias têm capacidade para processar 6 milhões de litros por dia. E foi por meio da parceria com os laticínios que muitos produtores tiveram acesso ao Projeto Mapa Leite, já que os laticínios colaboraram com a indicação desses produtores. 

“A assistência técnica foi fundamental para eles se manterem na atividade. Agora com o projeto finalizado, observamos que atingimos nosso objetivo, que é melhorar a vida do produtor e o produto que todos nós consumimos diariamente”, concluiu a coordenadora do Projeto no Senar, Luana Frossard.

De acordo com o supervisor do Mapa Leite no Extremo Oeste Catarinense, Leandro Simioni, o projeto “caiu como uma luva” e os produtores estão muitos satisfeitos com os resultados. “É muito gratificante, acho que é um dinheiro muito bem aplicado”.

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