CI

PUC Minas lança prova do gir leiteiro na Superagro

O lançamento da “Prova de Primíparas” faz parte da programação da PUCVET


A PUC Minas (Unidade Betim) realizou no sábado (02-06) na Superagro 2012, o lançamento oficial da prova que irá aferir a produção de leite de bovinos da raça gir leiteiro. Esta prova, que conta com a participação de 19 criadores da raça, na prática foi iniciada em março deste ano e se estenderá até março de 2013, reunindo 23 animais instalados na Fazenda Experimental da PUC Minas em Esmeraldas. O projeto da prova é coordenado pelo Departamento de Medicina Veterinária da PUC Minas em Betim e conta com a participação técnica da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e organização da Associação Mineira dos Criadores de Gir Leiteiro (AMCgil).


O lançamento da “Prova de Primíparas” faz parte da programação da PUCVET (iniciativa da PUC Minas em Betim), que realiza na Superagro um ciclo de palestras com temas relacionados à bovinocultura de leite, pequenos animais e odontologia equina. As palestras são destinadas a estudantes de medicina veterinária e zootecnia, produtores rurais e profissionais com atuação no setor.

Maior rentabilidade para o criador - A “Prova de Primíparas”, como é chamada, irá aferir a produção de leite de animais submetidos às mesmas condições de manejo e alimentação, com o objetivo de identificar matrizes superiores geneticamente, o que será útil para o melhoramento genético de animais da raça gir. "Os animais são submetidos a uma avaliação zootécnica, minimizando as interferências externas dentro de uma mesma referência. O projeto busca a maior rentabilidade do gado para o criador de gir leiteiro, analisando não apenas a quantidade da produção, mas a qualidade do leite com percentuais ideais de gordura, de lactose e de contagem de células somáticas (CCS). A prova analisa ainda por quanto tempo o animal terá vida útil e produtiva, além de observar a adaptação do gir leiteiro ao ambiente que será criado", explicou a coordenadora da PUCVET, professora Maria Coeli Gomes Reis.

A prova conta com a participação das matrizes de maior habilidade leiteira e melhor eficiência reprodutiva adaptadas a um sistema de produção sustentável. No período seco, o animal é submetido a um sistema de semiconfinamento, com área de descanso (cama de areia) e cochos divididos em quatro lotes, recebendo dieta balanceada com silagem de milho. Já no período de águas, a pastagem de 4,5 hectares é dividida em 22 piquetes de 2 mil metros quadrados, onde o animal é alimentado no momento de ordenha. "O sistema de ordenha é mecânico e acontece duas vezes ao dia, contando ainda com o controle de tempo de mamada do bezerro", esclareceu o chefe do Departamento de Medicina Veterinária da PUC Minas em Betim, professor Flávio Salim.


Mercado - Dados publicados pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em 2008, citam que a raça gir leiteiro passa por um período acelerado de desenvolvimento, com uma produção média de 3.777 kg em 307 dias de lactação. Esta produção de leite corresponde a três vezes a média nacional de 1.219kg.

"O mercado de gir leiteiro está em constante crescimento desde 2004, pois a raça hoje é a base da genética leiteira do Brasil. No passado, por uma questão cultural, tínhamos em mente - acadêmicos, criadores e profissionais do mercado -, que apenas o gado europeu tinha habilidade leiteira. Este pensamento está errado, pois há animais de outras raças, por exemplo, que não apresentam resistência favorável ao clima do Brasil e aos parasitas, além de não resistirem às condições de manejo e alimentação. Já a raça gir leiteiro apresenta rusticidade e versatilidade, adaptando-se bem a todas essas condições. Estamos em um período de mudança de visão nas pesquisas das universidades, onde os estudos eram focados apenas na produção de leite das raças europeias", argumentou o presidente da Associação Mineira dos Criadores de Gir Leiteiro (AMCgil), Luciano Ferraz. Ele destaca que o caminho da melhoria genética da raça "passa por uma mudança cultural ao mostrar resultados expressivos da produção leiteira em Minas e no Brasil. Temos que investir na exploração genética da raça, assim como nos cruzamentos com o gado europeu (girolando), de forma a favorecer o potencial genético das futuras gerações da raça gir leiteiro", reforçou.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.