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Pujança não é suficiente

Nem os recordes conquistados por MT são capazes de espantar a ameaça da falta de investimentos que restringe novas expansões


Com 30 usinas de biodiesel instaladas – das quais 23 autorizadas a funcionar e capacidade para produzir mais de 1 bilhão de litros por ano – Mato Grosso emerge como o maior produtor nacional deste combustível. Responde por 20% da produção brasileira de biodiesel e lidera o ranking disparado com a maior concentração de matrizes de produção. Mas ainda é pouco. Principalmente se levarmos em conta as oportunidades de investimentos e as potencialidades que o Estado oferece nesta área, com retorno certo e garantido.

“Temos grande potencial de produção e as nossas condições climáticas favorecem. Mato Grosso tem tudo para ser o novo eldorado para investimentos em projetos de biodiesel”, apontam técnicos da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme).

Mas, para que isso ocorra, é necessário que novas plantas sejam instaladas no Estado, ampliando a capacidade de produção e reduzindo o grau de dependência do combustível. “Realmente, faltam investimentos para tornarmos um grande produtor mundial”, salientam. O maior produtor é a Alemanha. A Sicme não soube informar em que colocação o Brasil se situa neste ranking, nem o volume produzido pelos alemães.

De acordo com a secretaria, os investimentos só não ocorrem com mais agressividade devido a uma questão mercadológica. “O preço da matéria-prima (grãos) ainda não tem grande atratividade. O produtor vende para quem oferece mais e o valor do óleo comestível, extraído de oleaginosas como a soja, está bem mais atrativo no mercado internacional”, salienta o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf.

Para Nadaf, os números da produção serão maiores a partir do momento em que todas as usinas de biocombustíveis de Mato Grosso estiverem operando. “Temos 23 usinas autorizadas a funcionar, sendo que nove estão paradas, com capacidade de produzir 300 milhões de litros/ano e quatro que estão em construção, ou planejamento, vão representar 250 milhões de litros a mais para o Estado. A capacidade de todas juntas vai aumentar em 50% a nossa produção atual”.

A produção total das 23 empresas - 1,055 bilhão de litros/ano - é disponibilizada ao Sistema Integrado Nacional (SIN). As empresas vendem o biodiesel em leilões realizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). E a entrega depende das necessidades de cada distribuidora, podendo ser escoada para outros estados.

As matérias-primas mais usadas para a produção do biodiesel em Mato Grosso, são grãos oleaginosos e sebo animal. E os principais fornecedores ás indústrias são as regiões produtoras de grãos e aquelas que concentram plantas frigoríficas.

INCENTIVOS – Na avaliação de Nadaf, o estímulo do governo estadual às indústrias de biodiesel, por meio da Sicme, tem contribuído para o fortalecimento do setor, com políticas de incentivos e projetos de logística para o escoamento da produção.

Segundo o titular da Sicme, gradativamente o Estado tem trabalhado com a questão da logística de transporte. “A maioria das empresas está localizada em regiões pavimentadas, ou que já estão em obras. A questão mais difícil é a distância das usinas aos portos, por isso o governo vem com as linhas de crédito de financiamento especial, como FCO e Prodeic”.

Outro incentivo apontado por Nadaf se concentra na redução tributária de 12% para 7%, quando começou o programa de biodiesel no país, há dois anos. Atualmente, o valor da matéria em produção de biodiesel está competindo com a produção final.

Por conta de todas estas vantagens, a expectativa é de que um maior número de empresas direcione seus investimentos para Mato Grosso nos próximos anos. “Nossas perspectivas são as melhores possíveis, pois temos grande potencial e um número considerável de usinas. Acreditamos que a expansão deste setor é só uma questão de tempo”.

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