Qual é o custo da agricultura vertical?

A questão mais complexa da modernização na produção de alimentos é o quanto necessário para a adoção de novas tecnologias, principalmente com a agricultura industrial. A resposta não depende apenas da produção, mas também dos custos de água, energia e CO2, segundo a Unidade de Negócios de Horticultura de Efeito Estufa da Universidade de Wageningen & Research e a TU Delft, ambos na Holanda, que estão investigando a viabilidade desse novo sistema de produção. 

“Tome uma cabeça de alface, por exemplo: quanto custa produzir um? A resposta é bastante conhecida quando se trata de cultivo em estufas na Holanda. Modelos de estufa e modelos de crescimento podem ser usados para prever a produção a um certo consumo de água, energia e CO2. Esses modelos não são adequados, no entanto, para o cultivo em uma fazenda vertical. A combinação de produção de culturas de alta densidade e construção fechada requer uma abordagem diferente no que diz respeito ao calor, arrefecimento e desumidificação”, indicam. 

A principal questão ao comparar os dois sistemas de cultivo é quanta energia uma fazenda vertical precisa. A quantidade necessária de água e CO2 pode ser reduzida em comparação com uma estufa "tradicional", “mas este não é o caso para a demanda de refrigeração e desumidificação. A alta carga interna de calor e a falta de ventilação natural garantem uma alta demanda de resfriamento, o que resulta em calor residual”. 

“A questão é se esse calor residual poderia ser usado no ambiente urbano circundante. Uma das principais características da agricultura vertical é que ela pode ocorrer na cidade, o que permitiria a troca de energia com outros usuários. Esses outros usuários podem se tornar clientes do calor residual da fazenda vertical”, completa.