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Que­da na sa­fra de mi­lho for­ça pre­ços

Cotação acumula alta de 8,62% no mercado futuro projetado para setembro, elevando o custo da saca para R$ 25


A queda na produção de milho – na primeira safra e na safrinha – provocada pela estiagem contribuiu para elevar os preços do grão. Desde meados do mês passado o milho acumula alta de 8,62% no mercado futuro (base setembro, época de colheita), saltando de R$ 23,70 a saca de 60 quilos para R$ 25,15 (cotação de quarta-feira). A alta também foi provocada pela perspectiva de mais perdas provocadas pelas geadas nas principais regiões produtoras do Paraná, além de indicações da chegada de uma nova massa de ar frio prevista para o final da próxima semana.

‘‘Todos os gráficos da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) são compradores de milho para setembro. Há mais espaço para aumento de preços do que para queda’’, afirma Carlos Boszczovski, operador de mercado da Target Invest (empresa privada de Londrina de análises do mercado financeiro). Em picos de alta, a avaliação é que a cotação da saca pode chegar aos R$ 27. No entanto, para o trader Mauri Piubelli, da Nova Invest (ligada à Link Consultoria), o cenário ainda está nebuloso para indicar queda ou alta de preços. ‘‘O preço (do milho) vai depender de vários fatores como taxa de câmbio, exportações, estoques e total produzido’’, comenta.

Nesta semana o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, divulgou novo balanço em que aponta para perdas de 23% na colheita estadual de milho safrinha. Portanto, a produção foi rebaixada de 6,4 milhões de toneladas para 4,9 milhões de toneladas. Somando as duas safras de milho, o Paraná poderá colher 27% menos do que o registrado no ano passado, estimado em 11,23 milhões de toneladas. A produtividade pode variar de 3,3 mil quilos por hectare a 3,5 mil quilos, enquanto o potencial estimado era de 4,2 mil quilos por hectare.

No mercado físico (preços atuais) a cotação da saca tem oscilado na casa dos R$ 20 no Paraná. ‘‘Na verdade há uma perspectiva de falta de milho, tanto que o mercado projeta mais perdas, prevendo uma produção da safrinha estadual de 3,7 milhões de toneladas a 3,8 milhões de toneladas’’, afirma Carlos Boszczovski. Outro fator de relevância para o mercado de milho é o mercado externo. O trader Mauri Piubelli explica que a composição dos preços depende também da quantidade exportada até porque há projeções que indicam aumento do consumo interno puxado pelas criações animais.

O mercado internacional também indica alta de preços. Na Bolsa de Chicago, por exemplo, a cotação subiu 30% nos últimos três meses saindo de US$ 9,50 para US$ 13,30. O plantio da cultura está atrasado devido às chuvas que atingem as regiões produtores e, por isso, os preços têm subido acompanhando a cotação do petróleo.

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