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Quebra da safra na Argentina favorece vizinhos

Com a colheita afetada por severas condições meteorológicas e problemas econômicos, as exportações de milho, estão projetadas para 9 mi/ton


As exportações agrícolas da Argentina vão registrar uma baixa recorde, abrindo oportunidades para os países vizinhos do Mercosul, na avaliação da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) em novo relatório sobre a situação global das colheitas.

A expectativa é de que as exportações de cereais na Argentina se limitarão a 12 milhões de toneladas no período de julho 2009 a junho de 2010, comparado à média de quase 20 milhoes de toneladas dos grãos dos ultimos cinco anos.

Com a colheita da safra afetada por severas condições meteorológicas adversas e problemas econômicos, as exportações de milho, por exemplo, estão projetadas para apenas 9 milhões de toneladas, depois de terem alcançado 15 milhões de toneladas há dois anos.

No caso do trigo, a queda é ainda maior. A Argentina é o quinto maior produtor mundial e principal fornecedor na região. Mas a área plantada continuou a cair nas ultimas semanas, totalizando somente 3 milhões de hectares, o mais baixo nível em 100 anos e 30% abaixo do ano passado. Assim, as exportações não passarão de 1,5 milhão de toneladas do produto, comparado a 9 milhões de toneladas há dois anos.

A produção brasileira pode alcançar 5,7 milhões de toneladas, mas o país ainda terá de importar do Canadá ou Rússia, na avaliação da FAO, considerando a queda na produção argentina. No Uruguai, a produção de trigo está aumentando graças a investimentos feitos por agricultores argentinos, que preferem se transferir para o vizinho em razão de preços domésticos maiores, melhores condições de exportações e acesso ao crédito, além de terra mais barata.

O desastre da colheita argentina ocorre em meio à uma situação econômica e política já difícil no país. A FAO, por sua vez, aponta mais oportunidades para outros exportadores do Mercosul. O Brasil poderá exportar mais milho, Uruguai e Paraguai mais milho e trigo.

Em seu relatório, a FAO identifica manutenção de preços altos de alimentos em países em desenvolvimento, em muitos casos sendo 25% mais caros na América Latina e Caribe do que antes da crise alimentar.

Globalmente, entre as razões para os preços altos, estão queda da colheita, atraso nas importações, conflitos civil, forte demanda nos países vizinhos, desvalorização da moeda nacional, maior custo de transporte.

As projeções para o suprimento de cereais globalmente são satisfatórias, apesar da queda de 3% na produção mundial de cereais em 2009. A producao é estimada em 2,208 milhões de toneladas.

No entanto, 30 países continuam sofrendo crise alimentar como resultado de desastres naturais, conflitos e problemas econômicos.

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