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Quebra na safra de milho em MT afetará produção de suínos e aves

A escassez de milho tem provocado o governo federal a adotar medidas de regulação de preço no mercado interno


A escassez de milho tem provocado o governo federal a adotar medidas de regulação de preço no mercado interno

A queda na produção de milho em Mato Grosso gera um efeito econômico bastante conhecido pela teoria da oferta e demanda: o aumento de preço. O problema é que este aumento ocorre de forma desencadeada e sistêmica atingindo o final da cadeia produtiva que é o consumidor final. A escassez de milho tem provocado o governo federal a adotar medidas de regulação de preço no mercado interno por meio dos leilões do estoque de milho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que ontem ofertou mais 50 mil toneladas dos estoques públicos armazenados em Mato Grosso.

O volume faz parte das 500 mil toneladas que foram autorizadas pelo Conselho Interministerial de Estoques Públicos (Ciep) em julho, como forma de conter a alta na cotação do milho e o impacto nos preços das carnes de frango e de suínos no país. Outras 500 mil toneladas haviam sido comercializadas pela Conab entre fevereiro e março deste ano. Contudo, diante da quebra de safra em 7 milhões de toneladas de milho em Mato Grosso, caindo de 26,199 milhões de toneladas na temporada 2014/2015 para 19,333 milhões de toneladas na safra 2015/2016, permite-se projetar que faltará milho no mercado interno nos próximos meses, principalmente, no 1º semestre de 2017.

O especialista em agronegócio, Fernando de Almeida, pontua que os efeitos negativos com a redução na oferta de milho atingem, principalmente, o consumidor final, que vai ficar exposto aos preços elevados das proteínas, em especial de aves e suínos, que dependem diretamente da ração produzida com o grão. “Se o preço das proteínas ficar mais alto para o consumidor final vai ocorrer a retração na demanda. Com um consumo menor, também diminui a arrecadação, ou seja, o Estado recolhe menos impostos e agrava mais um problema econômico e político, muito semelhante ao que provocou a crise econômica que estamos atravessando”, pontua o especialista. Almeida avalia que as medidas adotas pelo governo federal, como a venda de milho e a abertura das barreiras internacionais para a importação não vão conseguir gerar efeitos suficientes. 

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