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Quebra no milho causa perdas de R$ 272 mi na arrecadação de ICMS em Mato Grosso

Dos 4,245 milhões de hectares semeados com milho 2ª safra foram abandonados pelos produtores mato-grossenses 177.711 hectares, ou seja, 4,19% da área não foi colhida.


A quebra de aproximadamente 7 milhões de toneladas de milho na safra 2015/2016 em Mato Grosso pode ter levado ao Estado a deixar de arrecadar R$ 272,75 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Dos 4,245 milhões de hectares semeados com milho 2ª safra foram abandonados pelos produtores mato-grossenses 177.711 hectares, ou seja, 4,19% da área não foi colhida.

O clima é o principal fator para a retração de 26,21% da produção no ciclo 2015/2016 no comparativo com o 2014/2015. A queda foi de 26,20 milhões de toneladas para 19,33 milhões de toneladas. 

O atraso no plantio da soja devido à ausência de chuvas durante a sua semeadura acabou por prorrogar a semeadura do milho, vindo a ser concluída quase 30 dias após a sua janela ideal. Além disso, faltou chuva no período de desenvolvimento do cereal, principalmente no momento de enchimento de grãos.

Os números de retração na arrecadação do ICMS constam no estudo “Impactos Econômicos da quebra de safra de milho em Mato Grosso”, realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) sob encomenda da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), que revela ainda que a redução na produção causou um decréscimo no Valor Bruto da Produção de R$ 274,35 milhões.

O coordenador da Comissão de Política Agrícola da Aprosoja, Emerson Zancanaro, explica que a perda na arrecadação do ICMS é recorrente ao que deixou de ser transportado. “É importante destacar que essa queda de arrecadação apura apenas o ICMS de transporte que seria pago pelos produtores. Em anos em que os produtores têm boas produtividades, o Estado e toda a sociedade de beneficiam disso, porque o setor arrecada mais impostos e gera mais negócios na cidade”.

Além do ICMS, a perda de renda do produtor também impacta direto na economia de Mato Grosso. “Neste ano, infelizmente, o diagnóstico é de perda de renda pelo produtor e pelo Estado, seja de forma direta, pelo ICMS de transporte, seja pela redução dos negócios que ocorrem diretamente na cidade. Deve-se considerar, ainda, que estudos do IMEA indicam que o PIB do Estado de Mato Grosso está intimamente ligado ao agronegócio e decorre diretamente de 50,5% do agronegócio”, salienta o gerente de Política Agrícola da Aprosoja, Frederico Azevedo.

Abandonos

Em agosto o Imea divulgou a primeira estimativa de abandono de área da safra 2015/2016 de milho no Estado. O levantamento mostra que dos 4,245 milhões de hectares semeados deixaram de ser colhidos 177.711 hectares.

A decisão dos produtores em deixar de colher 177.711 hectares decorre-se a produtividade ter sido extremamente baixa do esperado, a ponto de a colheita em tais áreas "nem mesmo se pagar", como destaca o levantamento.

A região Nordeste de Mato Grosso foi a que mais registrou abandono de área. Dos 417.954 hectares plantados deixaram de ser colhidos 74.683 hectares, ou seja, 18% da área foi abandonada. O Sudeste abandonou 28.749 hectares, o Médio-Norte 39.944 hectares e o Noroeste 16.973 hectares. Já o Norte mato-grossense 8.807 hectares, o Oeste 4.941 hectares e o Centro-Sul 3.613 hectares.

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