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Queda do café derruba agronegócio de Minas Gerais


Ao contrário do Brasil, que vai fechar o ano com crescimento de 13,6% no valor bruto da produção agropecuária, Minas Gerais vai ter uma queda de 0,9%, segundo previsão da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg). Enquanto o valor da produção brasileira vai atingir R$ 154,68 bilhões este ano, contra os R$ 136,2 bilhões de 2002, o resultado de Minas vai ser de R$ 16,67 bilhões, menor que os R$ 16,83 bilhões do ano passado.

O mau desempenho do agronegócio mineiro é explicado pela quebra da safra de café em 51,5% e a perda do valor do produto em cerca de 30% na comparação com 2002. Apesar dessas variáveis negativas, o café é o terceiro produto no ranking de Minas, com valor bruto da produção estimado em R$ 2,18 bilhões, perdendo apenas para o leite (R$ 3,15 bilhões) e para a carne bovina (R$ 2,86 bilhões). Alem disso, do total do café colhido no Brasil, Minas representa 68% das exportações. Em 2004, Gilman Viana Rodrigues, presidente da Faemg, acredita que a produção de café vai ter uma retomada, mas não vai atingir o recorde de 48 milhões de sacas do ano passado.

A expectativa de Rodrigues é otimista para o setor do agronegócio como um todo no ano que vem, mas ele não acredita em milagres. “Os sinais são bons, mas a certeza não é clara. Para não ter a balança comercial ameaçada, tem que exportar mais os produtos de sucesso, sermos mais eficientes no ato de exportar e melhorar a infra-estrutura e logística brasileira do agronegócio”, observa. As exportações do agronegócio de Minas cresceram 24% de janeiro a outubro em relação ao mesmo período de 2002, somando US$ 1,65 bilhão e representando 27% do total das exportações do Estado. Nesse mesmo período, as exportações brasileiras cresceram 23% e somaram US$ 21 bilhões.

Outro caminho que tem que ser seguido, segundo Gilman, é a atração de investimentos por meio de incentivos para a instalação de indústrias transformadoras no Estado. “Tem que exportar valor agregado. A participação das exportações mineiras é desproporcional à produção porque não temos unidades de transformação”, diz. Como exemplo, ele cita a carne bovina. Enquanto Minas tem o segundo maior rebanho do País, com 21,4 milhões de cabeças de gado, o Estado representa só 1,32% da exportação de carne brasileira. “Não tem como deixar empresas que beneficiam carne e outros produtos se transferirem para outros estados. Temos de enfrentá-los”, diz.

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