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Queda do dólar derruba preço doméstico do café

A valorização do real fez que o preço do café no mercado interno recuasse


A valorização do real fez que o preço do café no mercado interno recuasse, em descompasso com a bolsa de Nova York. Entre o início janeiro até a última sexta-feira (23-02), a cotação do café caiu 3,5% no mercado futuro, passando 123,60 para 119 centavos de dólar por libra-peso. Nesse período, os cafeicultores brasileiros venderam a saca de café fino de Minas Gerais a R$ 270,00 em média, valor 5,26% menor que os R$ 285,00 no início de janeiro, quando o preço do produto começou a cair mediante a queda do petróleo que derrubou todas as cotações de commodities.

Se não fosse a valorização do real de 2,24% acumulada no ano, segundo o diretor do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Guilherme Braga, os preços do café no Brasil estariam inalterados por conta dos bons fundamentos do mercado. Os produtores têm recursos para financiar a estocagem do produto, os mais elevados dos últimos cinco anos. Além disso, os estoques mundiais estão baixos e o Brasil vai colher neste ano, na safra 2007/08, uma produção menor (cerca de 32 milhões de sacas) em relação às 42,5 milhões na safra anterior pela bianualidade baixa.

Em 2006, o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) liberou R$ 1,578 bilhão para o financiamento da atividade cafeeira, dos quais R$ 1,3 bilhão foram principalmente para a estocagem. O restante de R$ 2,5 milhões foram para indústria e incentivar mais as exportações. Para este ano, os recursos do fundo crescem 40% para R$ 2,1 bilhões.

Diante deste cenário e com os preços em queda, os especialistas de mercado informam que os produtores vão continuar retendo a mercadoria, porque o período é de entressafra e devem aguardar um cenário melhor para os preços. "A tendência é de alta dos preços porque a safra anterior foi maior’’, disse o sócio-diretor do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes Júnior.

O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Nathan Herszkowicz, disse que as indústrias continuam com dificuldade de garantir o abastecimento interno. Para Braga, as exportações de café neste mês devem cair em torno de 20% em relação a janeiro. Segundo Braga, até agora 50% da safra 2006/07 foi desovada. Geralmente, no segundo semestre as vendas são mais aceleradas devido a oferta maior. Só nesse período de 2006, foram exportadas 15,8 milhões de sacas de café e outras 8 milhões foram consumidas internamente. A expectativa para este semestre é que as exportações fiquem entre 11 e 12 milhões de sacas.

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