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Queda na safra de algodão será ainda maior

Conab estimou queda de 16% na produção desta safra


Foto: Pixabay

A safra de algodão 2020/21 deve ser ainda menor do que o projetado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no 1º levantamento da Safra de Grãos em outubro. Na ocasião a área esperada para a cultura era de 1.614 milhão de hectares e uma produção de 2.816 milhões de toneladas de algodão em pluma, uma queda de 6,4%. No último levantamento, divulgado neste mês, a expectativa de área caiu 1.424 milhão de hectares ou uma redução de 14%. Na produção devem ser 2.51 milhões de toneladas ou 16% a menos. 

O algodão tem perdido espaço para o milho que está bem valorizado no mercado. As exportações acima dos 2 milhões de toneladas devem fazer o estoque final cair depois de cinco anos consecutivos de altas. Mas o cenário não é de tudo ruim. A menor oferta interna deverá manter os preços no mercado doméstico elevados e proporcionar boa rentabilidade ao produtor. 

Segundo a Conab, mesmo com a queda nesta safra, tal cultivo, realizado em sucessão às culturas de primeira safra, tem ganhado bastante relevância no âmbito nacional, gerando maior aproveitamento de terras agricultáveis, além de diversificação para os investimentos dos produtores.

Vale ressaltar que as lavouras plantadas mais cedo, entre novembro e dezembro de 2020, têm apresentado bom desenvolvimento nas principais regiões produtoras e já se encontram em fases fenológicas mais avançadas, como floração e formação de maçãs.

As condições climáticas ainda apresentam oscilações, especialmente em relação às chuvas, porém a expectativa atual é que não haja comprometimento nas operações de implantação das lavouras dentro do período ideal de semeadura.

Regiões produtoras

Na Região Centro-Oeste, considerada a maior região produtora do país, a estimativa de área plantada é de 1.066,1 mil hectares, redução de 13,6% em comparação ao exercício anterior.

Em Mato Grosso, que participa com mais 95% deste total, o cultivo de algodão está finalizado. Houve a confirmação de redução na área plantada em comparação à temporada passada, especialmente em razão da menor janela para o plantio e o risco associado à semeadura fora do período ideal, bem como à alta dos preços pagos pelo milho, gerando assim maior concorrência de área para o algodão na escolha da cultura de sucessão à soja de primeira safra. Portanto, o total semeado nesse ciclo ficou em 1.014,4 mil hectares, representando diminuição de 13% em relação a 2019/20. As lavouras apresentam boas condições fitossanitárias.

Na Região Nordeste, a Bahia, segundo maior produtor nacional, também apresenta expressiva redução na área plantada, atingindo 266 mil hectares, 15,2% de redução em relação à safra 2019/20. Essa diminuição é fruto da retração do mercado, ocorrida durante a pandemia de Covid-19, que provocou a paralisação das vendas, além da erradicação de lavouras de segundo ciclo no centro-norte baiano em razão do plano de defesa agropecuário local, visando o combate do bicudo do algodoeiro.

De maneira geral, as lavouras estão, predominantemente, em fase reprodutiva, com perspectiva de melhores rendimentos nas áreas concentradas no extremo-oeste do estado, pois foram menos afetadas pela escassez hídrica, e reduções mais expressivas no potencial produtivo daquelas lavouras localizadas no centro-sul baiano, onde a estiagem perdurou por mais tempo e acometeu a cultura em fases críticas do desenvolvimento.

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