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Queda nas vendas de soja explica superávit comercial menor em julho

Recuo do dólar pode estimular as importações e diminuir saldo, admite


A queda nas vendas de soja em julho deste ano foi um dos principais fatores que explicam o recuo do superávit da balança comercial brasileira no mês passado, afirmou nesta segunda-feira (3) o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento (MDIC), Welber Barral.

"Houve uma concentração grande nas exportações de soja em junho deste ano. Por conta disso, se exportou US$ 768 milhões a menos no mês passado [julho]. Na comparação com julho do ano passado, as vendas de soja recuaram US$ 540 milhões", disse Barral a jornalistas.

Em julho deste ano, segundo dados do MDIC, as exportações recuaram em todas as categorias. No caso dos produtos manufaturados, por exemplo, a queda foi de 33,6%, enquanto os produtos semimanufaturados apresentaram queda de 41,5% nas vendas externas. Os produtos básicos, por sua vez, tiveram redução de 23,1% nas vendas ao exterior.

Dólar baixo

O secretário de Comércio Exterior avaliou, também, que o recuo do dólar pode contribuir para estimular as compras do exterior e gerar um resultado comercial menor no restante de 2009.

"O câmbio é um dos elementos de competitividade e é um incentivo às importações. O câmbio pode gerar um efeito de incentivo ao consumo. Pode haver queda de saldo [da balança comercial] no resto do ano [na comparação com igual período de 2008]", disse Barral.

Segundo ele, mantidas as atuais condições, o saldo comercial vai continuar, porém, positivo no resto do ano. "Não teremos as atribulações do ano passado, principalmente no que se refere à bolha dos preços de 'commodities' [produtos básicos com cotação internacional]", disse.

Importações de bens de consumo

Estimuladas principalmente pela aquisição de remédios, as aquisições, do exterior, de bens de consumo são as que menos caem na comparação de julho deste ano contra o mesmo mês do ano passado. Recuaram 17,9%, contra uma queda de 52% nas importações de combustíveis, de 32,5% nas compras de matérias-primas e de 31,9% de máquinas e equipamentos.

Quando se toma o período de janeiro a julho deste ano, contra igual período do ano passado, os bens de consumo não-duráveis foram os únicos que registraram aumento de compras do exterior: +2,3%.

Os bens de consumo não-duráveis são: medicamentos, alimentos, bebidas, tabaco, vestuários e produtos de toucador (perfumes, shampoos, entre outros). Nesta comparação, os bens de consumo duráveis (carros e produtos da linha branca, entre outros) registraram queda de 17,4% nas compras do exterior.

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