Para técnicos, motivo é o protocolo que prevê mecanização total até 2014. Mesmo com queda, região ainda queima área que equivale a 2.628 campos iguais ao do Maracanã por dia, de acordo com governo
Roberto Madureira
A média diária de hectares de cana-de-açúcar queimados para colheita caiu 43% neste ano na região de Ribeirão, em comparação com 2008, segundo levantamento realizado pela Folha com base em dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
No ano passado, as regiões administrativas de Ribeirão, Franca, Barretos e Central (São Carlos e Araraquara) queimaram 799.504 hectares de canavial em todo o ano, o que dá uma média de 3.807,2 hectares por dia (considerando o período de abril a novembro).
Nos quatro primeiros meses de queimadas intensas em 2009 (de abril a julho), a mesma região teve queimados 260.175 hectares, uma média de 2.168,1 por dia.
Para efeito de comparação, em 2008 as usinas da região ateavam fogo em uma área equivalente a 4.614 vezes à do gramado do Maracanã, o maior do país, por dia. Neste ano, "queimam-se" 2.628 Maracanãs por dia.
A queda é reflexo direto do Protocolo Agroambiental, assinado em 2007 pelas principais usinas e pelo Estado. O documento prevê a extinção das queimadas até 2014. A região de Ribeirão é a mais avançada no processo.
Para o agrônomo Ricardo Viegas, coordenador do projeto "Etanol Verde", da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), o avanço significativo do programa, que é mais acelerado na região de Ribeirão, é apenas mais um indicativo de que o protocolo será cumprido à risca.
"O nosso planejamento é claro: embora os fazendeiros ainda façam pedidos [de queima] grandes, pois estão dentro da lei, reduzimos cada vez mais as autorizações. É uma questão simples de gerenciamento."
Para o diretor regional da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), Sérgio Prado, é notória a redução da queima nos últimos três anos.
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