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Rally da Safra 2018 confirma quebra na produção de milho safrinha

Produção deverá alcançar 55,2 milhões de toneladas


Produção deverá alcançar 55,2 milhões de toneladas, com perdas concentradas nos estados do Mato Grosso do Sul e Paraná

Impactada por quatro importantes fatores – queda na área plantada, atraso no calendário de plantio, redução nos investimentos em campo e seca no Mato Grosso do Sul e Paraná -, a produção de milho segundo safra no Brasil deverá sofrer uma redução de 19% em relação à safra passada. A estimativa é de um volume total de 55,2 milhões de toneladas ante 68,3 milhões, segundo a Agroconsult, organizadora do Rally da Safra. A expedição técnica encerrou a avaliação das lavouras de milho no dia 8 de junho, após três equipes percorrerem mais de 20 mil quilômetros e realizarem 405 amostras nos estados do Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná.

No Mato Grosso do Sul, o plantio ocorreu fora do calendário ideal. As lavouras plantadas após 20 de fevereiro foram as mais afetadas. A seca de mais de 40 dias trouxe prejuízos principalmente à região Sul do Estado, onde algumas áreas sequer serão colhidas. A produtividade média prevista caiu de 91 sacas por hectare na safra 2016/17 para 63,5 na safra 2017/18. A Agroconsult estima uma produção de 6,5 milhões de toneladas no Estado, volume 33% inferior em relação à safra passada. 

Já no Paraná, em função do alongamento do ciclo da soja e consequente atraso na colheita, muitos produtores acabaram optando por migrar para trigo e aveia, reduzindo assim a área de plantio de milho. No Oeste do Estado, as lavouras plantadas até início de fevereiro apresentaram bom potencial. Já a região Norte foi mais castigada pela seca, além de ter sido duramente afetada pelos fortes ventos que causaram o tombamento de muitas lavouras. A produtividade média estimada para o Paraná caiu de 90,9 sacas por hectare na safra 2016/17 para 66 na safra 2017/18. A previsão de safra no Estado é de 8,5 milhões de toneladas, 36% menor que 2016/17.

“O resultado não foi pior porque a produção do Mato Grosso e Goiás surpreendeu”, afirma André Pessôa, sócio diretor da Agroconsult e coordenador da expedição. Mesmo tendo enfrentado adversidades, como o atraso no início do plantio e períodos de estiagem localizados, os Estados apresentam bom potencial produtivo.

No Oeste do Mato Grosso, as condições são excelentes e o resultado deve ser superior ao da safra passada. No Médio-Norte, o potencial das lavouras está ligeiramente abaixo da safra anterior, o que configura ainda um ótimo resultado, pois em 2016/17 a produtividade foi recorde para a região. Já no Leste e Sudeste do Estado, o atraso no plantio e os danos causados pela seca trouxeram maiores prejuízos, contribuindo para que o Estado registrasse uma queda de produtividade estimada de 108,6 sacas por hectare na safra passada para 99 este ano. A produção deverá ser 10% menor, alcançando 26,6 milhões de toneladas.

Em Goiás, apesar do atraso no início do plantio do milho, a maior parte da área foi implantada no calendário ideal. As chuvas em meados de abril garantiram bom potencial das lavouras. A perspectiva é de uma safra inferior à passada, porém muito acima de 2015/16, quando o estado foi severamente atingido pela seca. As estimativas apontam queda na produtividade, de 100 sacas por hectare na safra passada para 88 na temporada atual. A produção no Estado deverá ser de 6,5 milhões de toneladas, 14% inferior à safra passada.

A produção total de milho (verão e safrinha) no Brasil deverá ficar em 82 milhões de toneladas, com queda de 17% sobre a safra 2016/17, quando chegou a 99 milhões de toneladas. A produtividade do cereal também sofreu redução, saindo de 94,6 sacas por hectare para 78,9 sacas neste ano.

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