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Reação em cadeia

A Adama se projeta como a nova líder do setor de química no sul do país


A Adama se projeta como a nova líder do setor de química no sul do país. Uma conquista que vem sendo buscada desde 2010

É em grande estilo que a multinacional Adama estreia no ranking 500 MAIORES DO SUL. Com um faturamento de pouco mais de R$ 1 bilhão, a companhia já chega à lista na condição de maior empresa do setor de Química do sul do país – lugar que, historicamente, era ocupado pela Yara, líder global. A ascensão rápida é explicável. Para começar, a Adama entrou no ranking ao adquirir, em 2010, uma já tradicional participante: a Milênia Agrociências – que, até o ano passado, ficava em segundo lugar entre as maiores do setor. Além disso, a Yara, que se autodefine como líder global em nutrição de plantas, decidiu fechar o capital. Ao deixar de publicar suas demonstrações financeiras, saiu do ranking e abriu caminho para a Milênia – rebatizada, agora, como Adama. 

E não é só isso. Ao final do ano passado, a operação brasileira da multinacional registrou um crescimento de 37,4% em sua receita bruta, chegando a R$ 1 bilhão. O valor corresponde a aproximadamente 15% do faturamento global da Adama – que, em 2013, foi de cerca de R$ 6,7 bilhões. Formada a partir de uma parceria entre a chinesa ChemChina e a israelense Makhteshim Agan, a companhia é, hoje, a sétima maior do mundo em agroquímicos. E tem o Brasil como peça-chave para alcançar posições mais altas no setor. 

Recentemente, a Adama anunciou um plano de investir, até 2019, mais de R$ 40 milhões na fábrica que opera em Taquari (RS). Moderna, a unidade atua nas duas principais frentes da indústria de agroquímicos: a síntese – que consiste em desenvolver os princípios ativos que servem de matéria-prima para fungicidas, defensivos agrícolas e outros produtos; e a formulação – basicamente, fazer a mistura desses princípios ativos, dosando-os conforme as necessidades do cliente. No Brasil, além da fábrica de Taquari, a Adama opera uma planta em Londrina (PR), que é responsável por fazer a formulação da maior parte dos produtos comercializados pela companhia, além de concentrar o trabalho de controle de qualidade e P&D. 

Hoje, a Adama vive um momento de revisão estratégica. A ideia é concentrar as atividades de síntese em três países – China, Israel e Brasil – e usar as demais unidades do mundo para fazer somente a formulação. “É importante termos a formulação nos países consumidores, já que assim conseguimos ter mais facilidade para operar e para adequar o produto ao clima receptor”, avalia Rodrigo Gutierrez, CEO da Adama no Brasil. Além disso, uma das metas para o mercado brasileiro está na expansão do portfólio. 

De acordo com a Associação Nacional da Difusão de Adubos (Anda), o Brasil é o quarto maior consumidor de nitrogênio, fósforo e potássio – os principais nutrientes para plantas. Ainda que esteja atrás de China, Índia e Estados Unidos, o país chama a atenção por registrar a maior taxa de crescimento anual. Nesse contexto, algumas regiões brasileiras se destacam – como o centro-sul. “Especialmente o Cerrado, cuja taxa de expansão no consumo de fertilizantes a cada ano é quase três vezes maior que a do país como um todo”, afirma David Roquete Filho, diretor executivo da Anda. Atenta a esse filão, a Adama projeta ampliar seu market share no Brasil dos atuais 4% para 7% até 2018. A nova líder, pelo visto, não deve sair tão cedo da ponta do ranking.

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