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Reativada a Câmara Setorial do Trigo no RS

Grupo visa resolver principais problemas de produção e comercialização do trigo gaúcho


A retomada das atividades da Câmara Setorial do Trigo aconteceu no dia 18/01, na Embrapa Trigo, reunindo as principais lideranças do complexo agroindustrial do trigo, sob a coordenação do Secretário Estadual de Agricultura, Luiz Fernando Mainardi. Criada em 1995, a Câmara do Trigo acabou enfraquecida nos últimos anos devido à desarticulação do setor. Com a retomada, o grupo, que conta com 15 entidades participantes, visa resolver os principais problemas de produção e comercialização do trigo gaúcho.
 
De acordo com o Secretário Luiz Fernando Mainardi, "a câmara tem como objetivo sistematizar o debate sobre o trigo, na forma de um espaço para discussões e encaminhamentos, sempre com foco no aumento de renda do produtor". Para o Secretário, o trigo merece atenção especial do poder público, não só pela importância econômica da cultura, mas pela tradição que o cultivo tem no Estado.
 
O assessor econômico da Fecoagro, Tarcísio Mineto, falou sobre os principais gargalos referentes ao escoamento da safra de trigo no Rio Grande do Sul. Neste ano, em que o estado atingiu um recorde de produção nacional, com 2,7 milhões de toneladas de trigo, o excedente poderá resultar em queda no preço, já que o consumo pelos moinhos gaúchos tem se mantido em 1,1 milhão de toneladas, ainda assim com um aumento segundo o Presidente do Sinditrigo/RS, José Celestino Antoniazzi: “O consumo brasileiro de trigo estagnou nos últimos anos, enquanto que o consumo no RS cresceu 12%”, avalia Antoniazzi, lembrando que os moinhos do estado sempre mostraram preferência pelo trigo gaúcho.
 
O risco de que o alto volume de produção pressione os preços para baixo é a mesma preocupação apontada pelo Coordenador Geral das Câmaras Setoriais da Seapa-RS, Dilson Bisognin: "É preciso garantir pelo menos o preço mínimo, cujo valor é de R$ 22,00 a saca de 60kg. Hoje estamos com valores R$ 5,00 abaixo do mínimo", afirmou o coordenador. Bisognin ressaltou, ainda, a necessidade de que o trigo seja escoado, para que as unidades de armazenamento sejam liberadas para receber a safra de verão.
 
Em 2011, o Brasil exportou 2,3 milhões de toneladas de trigo para países da África e Ásia, sendo 1,5 milhões de toneladas trigo de origem gaúcha. Para o Chefe-Geral da Embrapa Trigo, Sergio Roberto Dotto, esta é a oportunidade de mercado para o trigo da Região Sul do Brasil: “Se é mais barato para o setor moageiro do sudeste e nordeste comprar trigo nos vizinhos do Mercosul, o setor produtivo do sul precisa buscar uma nova colocação para o cereal produzido nesta região do Brasil, seja exportando ou utilizando na alimentação dos animais, a preços bem mais em conta com a quebra de safra do milho”, avalia Dotto.
 
Encaminhamentos
 
O primeiro encontro da Câmara Setorial resultou na formação de dois grupos de trabalho para discutir estratégias capazes de reduzir custos de produção e alternativas de comercialização.
 
Ainda, representantes do trigo deverão participar da reunião marcada para o dia 16/02, na Seapa, em Porto Alegre, onde, em conjunto com as demais câmaras setoriais, serão discutidas pautas para subsidiarem as missões do governo para China e África.
 
Participaram da reativação da Câmara Setorial do Trigo a Fepagro, Emater/RS, MAPA, Feacoagro, Fetag, Farsul, Sindipan, Sinditrigo RS, Apassul, AGAS, BBM, CCGL, Embrapa Trigo, Seapa-RS, Acergs, SDR-RS, BRDE, OR Sementes, Sindicato Rural de Passo Fundo e Prefeitura Municipal, entre outros.

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