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Recebimento de cacau pelas indústrias tem queda

No mesmo período, processamento cresceu 10,24% a fim de atender a retomada da demanda


Foto: Pixabay

As empresas reunidas na Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) receberam dos produtores brasileiros de cacau 30.271 toneladas de amêndoas em julho, um resultado 1,98% menor que no mesmo mês de 2020, quando foram entregues 30.883 toneladas. Em sete meses, o recebimento foi de 112.687 toneladas, uma queda de 2,08% em relação ao mesmo período do ano passado, cuja produção foi de 115.087 toneladas.

Apesar dessa queda no recebimento nacional, a demanda da indústria segue em alta. As associadas moeram em julho deste ano 20.042 toneladas, uma alta de 10,24% na comparação com julho do ano passado. De janeiro a julho, o processamento cresceu 10,30%, passando de 118.689 toneladas no ano passado para 130.914 toneladas neste ano.

Com a queda no recebimento nacional, a indústria precisou elevar as importações de amêndoas para atender os clientes estrangeiros. As compras de cacau no exterior em julho chegaram a 2.002 toneladas, somando no ano um total de 40.007 toneladas, uma alta de 73,76% em relação às 23.023 toneladas obtidas no mesmo período do ano passado.

No entanto, ao analisar os dados, é preciso levar em conta que em 2020 não só o setor cacaueiro, mas a economia global, sofreu fortes impactos com a pandemia da Covid-19, que causou fechamentos do comércio e resultou em grande retração no consumo, especialmente em bares e restaurantes. Já neste ano, o cenário é um pouco diferente. “O avanço da vacinação contra a COVID-19 e o processo de reabertura dos países gerou uma retomada da demanda por derivados em comparação à 2020, quando houve retração no consumo e queda nos pedidos”, pondera Anna Paula Losi, diretora-executiva da AIPC.

Como as importações de cacau têm o objetivo de atender à venda de derivados no mercado externo, as amêndoas são importadas pelo regime de drawback, o qual possibilita a importação de insumos industriais com suspensão de tributos para que a indústria nacional seja mais competitiva no mercado internacional e não exporte tributos. Embora as exportações de derivados de cacau tenham caído 10,37% em julho para 3.578 toneladas, nos primeiros sete meses do ano houve alta de 7,90%, evoluindo de 27.970 toneladas em 2020 para 30.182 toneladas em 2021. Em julho, os principais países compradores de derivados de cacau brasileiro foram a Argentina (51,42%), o Chile (24,40%) e os Estados Unidos (10,62%).

Recebimento por estado

Em julho, o recebimento de cacau nacional pelas indústrias foi liderado pela Bahia, com 19.989 toneladas, um aumento de 1,90% em relação a julho de 2020. No acumulado do ano, o volume da Bahia cresceu 33,82%, passando de 59.372 toneladas para 79.453 toneladas neste ano. O recebimento de amêndoas do Pará no mesmo período ficou em 9.478 toneladas, uma queda de 12,46% em relação ao mesmo mês do ano passado. E, no acumulado do ano, o recebimento total do estado foi de 29.886 toneladas, uma queda de 42,80% em relação às 52.254 toneladas produzidas nos primeiros sete meses do ano passado.

Essa queda na produção de amêndoas na Bahia e no Pará se deve principalmente às oscilações climáticas que afetaram o desempenho da safra principal, que terminou em abril. A safra temporã, que teve início em maio, apresentava perspectivas melhores, mas ao analisar os dados já é possível notar que os números deverão ficar aquém do esperado. Além disso, no mês de julho o setor entrou em alerta por causa da monilíase, doença que ataca os pés de cacau e que já vem gerando prejuízos aos produtores em outros países.

No Brasil, até o momento, houve a notificação de apenas um caso no Acre, em área urbana, monitorado pelas autoridades sanitárias locais e nacionais, que já editaram diversas medidas de contingenciamento. Com o intuito de levar informações e dicas de cuidados para os produtores, a AIPC lançou no início de agosto um podcast com dicas e orientações sobre a prevenção da doença e o link das cartilhas e materiais oficiais do Ministério da Agricultura e da Ceplac para auxiliar os produtores. O podcast está disponível no site da AIPC: www.aipc.com.br

 

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