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Receita do agricultor mineiro cresce 1,1% no primeiro trimestre


O produtor mineiro faturou mais neste primeiro trimestre comparado a igual período do ano passado. A receita proporcionada pela agropecuária mineira no período cresceu 1,1%, passando de R$ 18,19 bilhões para R$ 18,4 bilhões. A elevação foi motivada pela recuperação dos preços internacionais do café que de janeiro a março aumentaram 5,7%, e pela projeção de uma safra 41,9% maior este ano em Minas Gerais. A previsão é de que serão colhidas 16,955 milhões de sacas de 60 quilos, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); e de 5,7% do preço médio real, que passou para R$ 205,84.

O faturamento do café chegou a R$ 3,5 bilhões até março, 50% mais que no mesmo período de 2003. Os dados fazem parte do levantamento realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg). O diretor do Departamento Técnico da Faemg, Ricardo Cotta, afirmou que com o aumento do Valor Bruto da Produção (VBP), ou faturamento, na cafeicultura mineira, o produto voltou a ser o principal item em rentabilidade no agronegócio do estado.

O desempenho no Valor Bruto da Produção (faturamento) no estado não foi maior pela queda de 31,6% nos preços do milho no comparativo com o primeiro trimestre do ano passado. Na ocasião, o faturamento das lavouras chegou a R$ 1,6 bilhão, ante os R$ 1,26 bilhão apurado nos três primeiros meses de 2004, diminuição de 22%.

"Entretanto, há uma tendência de recuperação dos preços do milho ao longo do ano, o que pode melhorar o VBP da cultura. É importante salientar que esta queda apresentada no milho foi evidenciada pela falta do produto no mercado no início de 2003, o que elevou os preços. Na medida que a oferta for se ajustando a demanda esse índice melhora", explicou Cotta. "Nossa agricultura atingiu o mais alto nível de profissionalização do mundo e vem gerando excedentes para exportação", frisou Gilman Viana Rodrigues, presidente da Faemg.

A Faemg divulgou também a balança comercial do agronegócio no período. As vendas externas dos produtos do agronegócio no estado cresceram 25% no primeiro trimestre do ano. Foram exportados US$ 518,3 milhões. No ano anterior, as vendas externas ficaram em US$ 415 milhões.

Já as importações, conforme os dados da Faemg, continuam em queda. Até março deste ano, Minas importou US$ 38,8 milhões e nos três primeiros meses de 2003, as compras externas ficaram em US$ 26,1 milhões, uma redução de 32,8%. A alta nas exportações proporcionou um saldo na balança comercial de US$ 492,2 milhões, elevação de 30,82%.

O café continua sendo o principal produto da pauta de exportações do agronegócio mineiro. Embora o volume exportado tenha caído 3% no primeiro trimestre, somando 226,6 mil toneladas. A receita subiu 17%, atingindo US$ 262,6 milhões. Normalmente, o café registra reduzido volume de embarque no primeiro trimestre. Mas, no decorrer do ano, os volumes deverão superar os de 2003, devido a uma projeção de safra superior em 41,9%, atingindo em torno de 37 milhões de sacas, 52% dos quais oriundos de Minas.

Outro destaque do levantamento foi o desempenho alcançado pelas carnes. Neste item, a maior taxa de crescimento foi apresentada pela exportação de carne de peru, que subiu 149%. Minas exportou 4,9 mil toneladas, ao valor total de US$ 8,3 milhões. "A carne de peru ultrapassou os valores registrados para a carne suína e chegou perto das vendas de carne bovina", afirmou Cotta.

Segundo o diretor da Faemg, um dos motivos do sucesso da carne de peru mineira no mercado externo foram as restrições sanitárias impostas aos grande exportadores mundiais. "A imposição de cotas na Rússia também reduziu em 33% as vendas externas da carne suína mineira, que em anos anteriores chegou a ser o principal item exportado no complexo carnes pelo estado", acrescentou.

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