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Receita do produtor paulista de laranja cresce 45% neste ano


O faturamento dos produtores de laranja paulistas em 2002 deverá fechar o ano em R$ 3,2 bilhões (valor nominal), contra R$ 2,2 bilhões no ano passado. Ou seja, um salto de 45,4%. O dado é do Instituto de Economia Agrícola de São Paulo (IEA). O fato da safra anterior ter sido iniciada com um baixo estoque de passagem (oferta de laranja para a indústria) – de 80 a 100 mil toneladas – favoreceu o aumento na receita do produtor de São Paulo.

“Essa foi a melhor performance registrada pelo setor em 2002 e inclui ainda uma produção 14% maior (374 milhões de caixas), o efeito câmbio (dólar mais alto) e a quebra da safra do Estado norte-americano da Flórida”, afirma o diretor do IEA, Nelson Martin. Ainda segundo Martin, apesar do surgimento de novas pragas como o Amarelinho e a Morte Súbita, os produtores de laranja paulistas têm a oportunidade de desfrutar de um cenário promissor nos próximos cinco anos.

Na análise do diretor do IEA, a quebra da primeira florada da safra de laranja paulista, prevista para ser colhida no final de janeiro de 2003 e cujo volume perdido e ou comprometido ainda não foi levantado, deverá aumentar ainda mais a remuneração do setor. A estiagem prolongada em outubro acabou comprometendo a qualidade dos frutos formados tardiamente. “Haverá menos oferta para a indústria, o que deve melhorar o preço pago ao produtor. Além disso, a grande safra ocorre durante a segunda florada, cuja colheita acontece em maio.”

Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em novembro a cotação da caixa de laranja para a indústria fechou em R$ 11,21 um valor 25% maior que o registrado em igual período de 2001.

Praticamente quase toda a safra paulista tem como destino a produção de suco concentrado.

Os núneros mostram que a oferta paulista de fruta para o mercado interno diminuiu pela metade nos últimos dois anos, na comparação com a década passada. Em 2002, o volume disponível para o mercado brasileiro não deverá ultrapassar 70 milhões de caixas. Do volume total de suco de laranja concentrado, apenas cerca de 5% são direcionados para o mercado doméstico.

O processamento de suco de laranja é dominado por grandes grupos como Cutrale, Citrosuco, Cargill e Louis Dreyfrus Citrus, sendo os dois últimos multinacionais. Segundo Martin, a participação das pequenas empresas é bastante tímida. “Há ainda o grupo de empresas lácteas que aproveitam a sua rede de distribuição para vender suco de laranja – como é o caso da Vigor, detentora da marca Leco.”

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