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Receitas com exportações de soja poderão crescer até 28%


Mercado prevê que vendas externas atinjam US$ 7,7 bilhões este ano. Os produtos do complexo soja mantêm-se entre os mais importantes na pauta de exportações brasileiras nesse ano-safra. Segundo estimativas do mercado, as vendas externas do grão, farelo e óleo deverão ficar próximas a US$ 7,7 bilhões, um volume 28,3% maior que os US$ 6 bilhões do ano passado. Além de uma produção maior, os produtores deverão contar também com preços melhores.

"Há uma combinação de fatores favoráveis no mercado e o Brasil deve tirar vantagem", afirmou Flávio Roberto de França, analista da empresa Safras & Mercado. Segundo ele, a demanda internacional vem se mantendo firme, especialmente nos mercados europeu e asiático, onde a China desponta como principal comprador. De outra parte, houve recuo de quase 6% na safra norte-americana, de 78,5 milhões de toneladas em 2002 para 74 milhões de toneladas esse ano.

América da Sul

"Diante desse cenário, a safra crescente brasileira passa ser uma necessidade no abastecimento do mercado internacional", disse. Segundo as últimas previsões da Safras & Mercado, o Brasil deverá colher cerca de 48,5 milhões de toneladas, contribuindo decisivamente para que o continente sul-americano totalize 88 milhões de toneladas (foram 78 milhões em 2002) e, pela primeira vez, ultrapasse a produção americana.

A firmeza do mercado internacional está propiciando também preços melhores. No pico da safra no ano passado o preço de mercado da soja girava ao redor de US$ 8,50 a US$ 9,00 a saca de 60 quilos. A estimativa é de que, na média, o preço da soja fique esse ano entre 10% e 15% maior.

Uma conjugação de fatores motivou também a antecipação das vendas as soja brasileira, ainda no segundo trimestre do ano passado. A demanda intensa, a recuperação das cotações na bolsa de Chicago e internamente a desvalorização cambial, foram decisivos. Segundo levantamentos da Safras & Mercado, até o momento 40% da produção já foi negociada, aproximadamente o dobro do que seria normal para essa época do ano. "Mercados como o do Mato Grosso já negociaram até 60%", diz.

Além das vendas de soja em grão, estima-se para esse ano um novo crescimento também nos demais produtos do complexo como o farelo e o óleo. Com uma capacidade total instalada de esmagamento ao redor de 35 milhões de toneladas, em 2001 a agroindústria brasileira operou com cerca de 35% de ociosidade. No ano passado a situação foi um pouco melhor, com um volume de esmagamento de 25,8 milhões de toneladas, segundo dados da empresa.

"Continuaremos com ociosidade no parque industrial esse ano, mas deveremos ter um novo crescimento nas operações do setor, alcançando-se algo ao redor de 29,2 milhões de toneladas, cerca de 13% a mais", disse França. Segundo ele, essa retomada se deve as melhores margens dos produtos industrializados. "A china voltou a comprar óleo e a Europa ampliou as de farelo", afirmou.

Ubirajara Alves

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