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Recomendações a extensionistas e agricultores

A previsão é que o verão de 2012 terá chuvas abaixo da média histórica


A Epagri através do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia – Ciram tem previsão da ocorrência do fenômeno climático La Niña para o verão 2012. A previsão é que o verão de 2012 terá chuvas abaixo da média histórica.

A ocorrência deste fenômeno tem trazido consequências para a atividade agropecuária de Santa Catarina, predominantemente composta por agricultores familiares.

Diante desta situação, estão sendo propostas e recomendadas ações preventivas, buscando assim minimizar possíveis efeitos sobre a produção agropecuária catarinense.

Nesse sentido, a Epagri recomenda aos seus extensionistas, que reforcem a agricultores, para a adoção de algumas medidas preventivas e mitigadoras, que venham a minimizar os efeitos da estiagem, conforme segue:

QUE OS PROFISSIONAIS QUE ATUAM NA ASSISTENCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL OBSERVEM AS TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS PARA MINIMIZAR OS IMPACTOS CAUSADOS PELA FALTA DE CHUVA.

* Aumentar o número e adequar os depósitos de água existentes; Dimensionar açudes, fontes, cisternas, caixas d’água utilizando tecnologias de baixo custo ao alcance dos agricultores; dimensionar com base em estudos das normas climáticas.

* Tecnologias de manejo de solos para a manutenção e melhoria da capacidade de armazenamento de água nos solos: Temas correlacionados: física e química dos solos (capacidade de campo, porosidade, perfil, tecnologias para melhoria da matéria orgânica no solo).


* Reconversão de propriedades privilegiando cultivos permanentes e práticas de convivência com estiagem/enchente; estudos e ensaios sobre arranjos produtivos locais; diversificação de propriedades apoiados com informações de acompanhamentos socioeconômicos e ambientais: Agro-floresta, planejamento de propriedade, administração rural aplicada a sistemas produtivos diversificados, contabilidade agrícola. Produção e conservação de alimentos na propriedade: silagens, fenos, rações.

* Dimensionar as criações de acordo com a disponibilidade de água, manejo dos dejetos e disponibilidade de alimentos: resultados do monitoramento ambiental em microbacias, balanço hídrico em bacias hidrográficas, lei das águas. Necessidades de consumo de alimentos, nutrição animal, alimentos substitutos.

* Recomendações de manejo ambiental e recuperação da fauna e flora – isolar rios riachos, açudes, bebedouros evitando o acesso direto dos animais; tecnologias para proteção e reposição da mata ciliar, em fontes, córregos, banhados, mananciais, áreas de maior declividade, tecnologias para manejo sustentável do ambiente (mata atlântica, campos de altitude e matas de araucárias); compensação ambiental; eco desenvolvimento, ecologia profunda.

* Tecnologias para sistemas de produção:
Produção animal: bovinocultura: pastagens perenes de inverno e verão; melhoramento de pastagens, manejo ecológico de pastagens, rotação lavoura pecuária; estocagem/armazenamento de alimentos; lavouras estratégicas – cana de açúcar; mandioca; leucena; bracatinga; palmáceas.

Produção vegetal: florestas, frutíferas, essências, grãos, pastagens, ornamentais – variedades e espécies adaptadas e mais resistentes a seca; nutrição de plantas, melhoramento.

* Manejo de água e melhoria de mananciais para o abastecimento humano: sistemas de captação e distribuição de água coletivos e individuais (fontes e água dos rios - cachoeiras), métodos de melhoria da potabilidade – tratamentos de água e manejo para potabilidade; reutilização da água; sistemas fechados de fluxo de água.

* Manutenção constante dos bebedouros e açudes: refere-se a cuidados com os locais de acesso a água pelos animais.

* Manejo dos dejetos humanos e animais: tecnologias de saneamento ambientais e reciclagem de matéria orgânica: técnicas de produção de adubos orgânicos.

* Recomendar o uso de irrigação onde seja possível a implantação destes sistemas, levando em consideração reserva e disponoibilidade de água e o retorno econômico gerado pela cultura irrigada.

* Trabalhar com as famílias a educação ambiental.

O QUE OS AGRICULTORES (em geral) PODEM FAZER:

1. Em relação à propriedade como um todo:

* Compreender que estiagens/enchentes são fenômenos cíclicos característicos do clima regional e que vão continuar afetando as atividades agropecuárias;
* Planejamento da propriedade, tendo em mente a convivência com estiagem/enchentes;

2. Em relação ao manejo do solo e das culturas/criações

* O solo é o principal armazém de água – realizar manejo adequado;
* Aumentar a cobertura do solo com plantas e manter as palhadas com o objetivo protegê-lo e manter a sua matéria orgânica;
* Eliminar o uso de arado e grade aradora;
* Realizar o plantio direto e/ou cultivo mínimo;
* Escalonar o plantio das culturas, dentro do período recomendado de acordo com o zoneamento agroclimático;
* Utilizar variedades e espécies mais resistentes a seca;
* Calcular o plantio para que a floração e formação de grãos/frutos, não ocorram nos períodos de maior possibilidade de estiagem;
* Diversificar as atividades nas propriedades, incorporando culturas permanentes;
* Dimensionar as criações de acordo com a disponibilidade de água, manejo dos dejetos e disponibilidade de alimentos;
* Descartar animais improdutivos da propriedade;
* Implantar pastagens perenes de inverno e verão e manejo rotacionado;
* Manter reservas de forragens para uso emergencial (silagem, feno, cana-de-açúcar; mandioca, batata doce, palha, etc);

3. Em relação ao manejo da água:

* Organizar-se para o abastecimento coletivo de água, principalmente através de fontes e água dos rios, implantando centrais de tratamento e redes de distribuição de água;
* Construir ou aumentar depósitos de água - açudes e cisternas;
* Coletar e armazenar a água da chuva;
* Reutilizar águas servidas;
* Manutenção constante dos bebedouros para os animais (limpar, revisar e cercar);
* Verificar vazamentos nos bebedouros, açudes e cisternas;

4. Em relação ao ambiente:

* Reflorestar as áreas de maior declividade;
* Implantação, reposição e proteção (cercar) da mata ciliar ao redor de fontes, córregos e rios;
* Isolar os rios, riachos, açudes, bebedouros evitando o acesso direto dos animais;
* Tratar os dejetos humanos e animais adequadamente, usando técnicas de saneamento ambiental;

O QUE OS AGRICULTORES QUE TEM PRONAF OU OUTRA FONTE DE CREDITO RURAL PODEM FAZER:

PROAGRO MAIS SEM PROBLEMAS

Principais obrigações do proponente/mutuário

a. Ao contratar ou renovar uma operação de custeio agrícola, no caso de lavoura temporária (milho, feijão, arroz, etc), deverá informar ao banco se a lavoura já emergiu;

b. Ao contratar ou renovar uma operação, no caso de lavoura temporária já emergida, deverá apresentar laudo de vistoria prévia elaborado por empresa de assistência técnica credenciada no Banco, registrando as condições atuais da lavoura;

c. Ao contratar ou renovar uma operação para financiamento de custeio de lavoura perene (Ex.: maçã, banana, uva, pêssego, etc), deverá apresentar laudo de vistoria prévia que registre o estado fitossanitário e fisiológico das plantas e ateste, no caso de lavouras sujeitas a perda por geada, que a localização e as condições da lavoura obedecem às recomendações técnicas;

d. Ao contratar uma operação deverá apresentar ao banco croqui ou mapa de localização da área onde será implantada a lavoura;

e. Ao contratar/renovar uma operação de valor financiado superior a R$ 8 mil deverá apresentar ao banco resultado de análise química do solo (com até 2 anos de emissão), recomendação do uso de insumos e resultado de análise granulométrica do solo (com até 10 anos de emissão) com a indicação de solo “Tipo l”, “Tipo 2” ou “Tipo 3”. No caso de lavoura irrigada não é necessária a apresentação de resultado de análise granulométrica;

f. Utilizar variedades/cultivares recomendadas pelo zoneamento agrícola;

g. Realizar plantio dentro das épocas recomendadas para o município de localização da lavoura;

h. Caso necessário, solicitar o auxílio das empresas de assistência técnica para a interpretação das normas do zoneamento agrícola. As portarias do zoneamento agrícola são divulgadas no site www.agricultura.gov.br;

i. Utilizar tecnologia capaz de assegurar, no mínimo, a obtenção dos rendimentos programados;

j. Comunicar imediatamente ao banco a ocorrência de qualquer evento causador de perdas superiores a 30% da receita prevista inicialmente;

k. Comunicar ocorrência de perda antes da colheita;

l. Guardar todos os comprovantes de aquisição de insumos (notas fiscais e cupons fiscais nominais ao beneficiário);

m. Por ocasião da comunicação da ocorrência de perdas deverá apresentar ao banco os comprovantes da aquisição dos insumos utilizados no empreendimento;

n. Aguardar a vistoria do perito de Proagro antes de iniciar a colheita.

Observação: estas orientações são parciais e complementares e não substituem, em hipótese alguma, o regulamento do Proagro, que pode ser obtido no site do Banco Central do Brasil (www.bacen.gov.br)

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