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Recuperação da rentabilidade pode beneficiar economia mato-grossense

A atividade agropecuária responde por 32% do Produto Interno Bruto (PIB) e por 80% das exportações mato-grossenses


Estimativas da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan/MT) indicam que, de cada R$ 3,00 gerados em Mato Grosso, R$ 1,00 provem do setor rural. A atividade agropecuária responde por 32% do Produto Interno Bruto (PIB) e por 80% das exportações mato-grossenses. Além disso, 40% dos empregos formais registrados no estado são do setor rural. Hoje, Mato Grosso se firma no cenário econômico nacional como maior produtor de soja, algodão e milho safrinha, além de deter o maior rebanho bovino do país.

Os números podem indicar que, no setor rural, o céu é de Brigadeiro. Mas uma análise mais atenta aponta para a direção contrária. “Falando especificamente da agricultura, somente na última safra o produtor conseguiu ter sua receita maior que os gastos”, observa o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), Seneri Paludo.

O engenheiro agrônomo observa que desde o ciclo 2004/2005 os produtores mato-grossenses tiveram custos de produção superiores à receita obtida. “Em 2007, houve uma pequena melhoria no cenário, e os custos empataram com a receita. O placar mudou em 2008, com as receitas superando as despesas”, informa.

Foram quatro anos de prejuízo, em que a receita obtida não era suficiente para ter rentabilidade necessária para dar continuidade ao incremento da produção. “Muitos produtores priorizaram então a quitação de despesas, como arrendamento e manutenção das lavouras, deixando de lado o pagamento de financiamentos, cujas taxas de juros acabaram aumentando consideravelmente o débito total e ampliando as dívidas”, explica Paludo.

A questão conjuntural foi o que mais pesou, como a eclosão de itens não gerenciáveis pelo produtor. Um dos fatores mais impactantes foi o surgimento da ferrugem asiática nas lavouras estaduais de soja em 2004, atingindo em cheio a sojicultura e aumentando os custos de produção por conta da compra de fungicidas.

A seca em 2004/2005, que levou à frustração da colheita e acabou acelerando a chamada crise de 2004, e a queda contínua do dólar desde 2002 até 2009 são outros quesitos que impactaram negativamente as finanças do produtor rural mato-grossense. “No caso do dólar, o impacto foi visceral, porque os insumos foram se mantendo mais caros, ao passo em que os preços de venda tinham queda, prejudicando o equilíbrio econômico das fazendas”, analisa o engenheiro agrônomo.

GESTÃO – Nesse cenário, uma das armas que o produtor dispõe é a profissionalização da gestão rural. “O ideal é fazer o que for possível dentro das ferramentas da administração para reduzir custos e trabalhar de forma eficiente”, sugere Paludo. É com esse intuito que o Sistema Famato promove de 19 a 21 de agosto em Cuiabá a terceira edição da Bienal dos Negócios da Agricultura, focada neste ano no tema “Renda Agrícola”.

“A discussão desse tema é crucial para a sociedade, porque mesmo quando não há rentabilidade ao produtor a receita gerada pela agricultura contribui para a economia como um todo e para o desenvolvimento do Estado”, observa o coordenador do evento, engenheiro agrônomo Ricardo Arioli.

Em sua terceira edição, a Bienal recebe a parceria da Aprosoja, Ampa e Senar. Mais de 1.000 participantes são esperados para o evento, incluindo os 500 maiores produtores rurais do estado. Com o objetivo central de buscar novas formas de rentabilidade na produção agrícola, a Bienal terá temas como logística, fertilizantes, gestão rural, mercado de commodities e sustentabilidade ambiental em sua programação.

As inscrições para a Bienal ainda estão abertas e podem ser feitas pelo site www.bienaldaagricultura.com.br.

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