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Recuperação de preço traz milho e soja de volta a SP

Ambas as culturas estão em pequenas propriedades, entre 12 e 15 hectares


Milho e soja voltarão à cena nesta safra em São Paulo, depois de na safra passada suas áreas terem sido reduzido em 11% e 28%, respectivamente, parte pelo avanço da cana-de-açúcar, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria de Agricultura de São Paulo. O presidente da Associação dos Produtores de Sementes do Estado, Antônio Fernandes Antoniali, estima que o aumento na área plantada de milho ficará entre 5% e 6% este ano. As pastagens devem "devolver" esse espaço. "E, se os preços do milho continuarem altos, acredito que em dois anos o grão recupera a área que perdeu na 2006/07", diz Antoniali.

Ambas as culturas estão em pequenas propriedades, entre 12 hectares e 15 hectares, explica Alfredo Tsunechiro, pesquisador do IEA. Juntos, milho e soja liberaram 260 mil hectares no ano passado, enquanto a cana abocanhou 580 mil hectares. "Muitas áreas de pastagem foi convertida em canaviais", acrescenta a diretora do IEA, Valquíria da Silva.

Nos grãos, o efeito indireto da cana foi o aumento do custo do arrendamento ao produtor de soja e milho. "Muitos alugavam a terra de pastagem para plantar grãos e, pagavam com a entrega da área com pasto. Mas, com o auge da cana, houve valorização dos arrendamentos e, na safra passada, além de devolver a terra com pasto, esses produtores tiveram que pagar R$ 800 por hectare aos pecuaristas. Com a elevação dos preços internacionais desses grãos, há mais estímulo ao retorno à atividade", avalia Valquíria.

Outro efeito do avanço de 13,5% da área da cana-de-açúcar em São Paulo foi a pressão por produtividade na pecuária. Segundo o consultor, Leonardo Alencar, da Scot Consultoria, com o faturamento da cana ultrapassando o da pecuária, como aconteceu no ano passado, quem fica na atividade é forçado a aumentar o nível de produção para atingir níveis de receita semelhantes. "Caso contrário, fica melhor arrendar para cana e investir esse capital em pecuária fora do estado de São Paulo", completa Alencar.

Segundo dados da Scot, entre 2005 e 2006, a área de pastagem em São Paulo foi reduzida em 10%. "A tendência é que entre 2006 e este ano, o recuo seja menor, por causa da recuperação das margens da atividade", analisa o consultor.

Segundo o IEA, na safra 2006/07 também houve recuo da área de café em São Paulo, de 2% para 229,7 mil hectares. Recuo também no feijão primeira safra (13%) e no amendoim (22%). "É importante salientar que São Paulo é o sétimo produtor de grãos no ranking brasileiro. Somos importadores", acrescenta Valquíria.

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