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Reforma da Previdência não pode barrar solução para o Funrural

Entidade quer incluir no texto emenda excluindo possíveis passivos de contribuição previdência


Entidade quer incluir no texto emenda excluindo possíveis passivos de contribuição previdência (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural)

A Andaterra (Associação Nacional de Defesa dos Agricultores, Pecuaristas e Produtores da Terra) pretende se reunir com o relator da PEC da Reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), nesta terça-feira (4), em Brasília, para pedir que a redação final da proposta não inviabilize uma solução para o chamado passivo do Funrural. A entidade lembrará ao parlamentar que o presidente Bolsonaro é favor de uma medida legislativa para equacionar o Funrural.

A entidade vai sugerir ao relator da PEC da Previdência a inclusão de emenda excluindo possíveis passivos de contribuição previdenciária (Funrural), criados por decisões divergentes do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2010 e 2011, a Corte julgou o tributo inconstitucional e, em 2017, considerou-o constitucional.  

“Entendemos que esta seja a medida de menor impacto econômico para o governo, dando segurança jurídica aos produtores que confiaram na decisão [de 2010 e 2011] do STF”, afirma Sérgio Pitt. Na sua opinião, “a discussão deste assunto pelo Congresso Nacional depois de aprovada a reforma da Previdência será muito mais desgastante.”

Alternativamente, outra opção que será apresentada a Samuel Moreira, caso ele considere que este não é o melhor momento para tratar do passivo do Funrural, é incluir no texto a emenda supressiva do Inciso 11 do Art. 195 da PEC – proposta pelo deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) –, que mantém a possibilidade de concessão de parcelamentos, remissões e moratórias aos pagadores de impostos.

Segundo Goergen, a Constituição já é restritiva quanto à concessão de parcelamentos, remissões e moratórias aos pagadores de impostos. “Estender as restrições, a ponto de deletar do ordenamento jurídico os instrumentos preconizados no Código Tributário Nacional e na Constituição para salvaguardar o contribuinte de abusos e ilegalidades cometidas pelo Estado, pode levar-nos a uma grave inconstitucionalidade.” 

Para Pitt, é fundamental excluir da PEC da Previdência qualquer possibilidade de travar a elaboração de propostas legislativas destinadas a solucionar o Funrural. “É possível esperar para debater o Funrural após a aprovação da PEC, mas temos que remover essa trava agora.”

Conversa com Tereza Cristina 

Durante visita à Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães (BA), a ministra Teresa Cristina (Agricultura) foi informada sobre os riscos de postergar a avaliação do projeto de extinção do passivo do Funrural para depois da aprovação da PEC da Previdência. Também foi ponderado à ministra que há viabilidade de incluir esta previsão no próprio texto da reforma da previdência.

De acordo com Pitt, a ministra voltou a confirmar “o compromisso do presidente Bolsonaro com a solução para este possível passivo, fazendo justiça ao homem do campo”.

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