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Região dos Campos Gerais (PR) sofre com a ferrugem

A Fundação ABC confirmou que a doença está presente em praticamente todas as lavouras de soja da região


A Fundação ABC em Castro (PR) confirmou ontem (18-01) que a ferrugem asiática está presente em praticamente todas as lavouras de soja dos Campos Gerais. A epidemia foi detectada em toda região sul, sudoeste e nordeste paranaense, além do sudeste de São Paulo e Oeste de Santa Catarina. No Paraná, os focos tomam conta de áreas em Ponta Grossa, Castro, Carambeí, Tibagi, Irati, Prudentópolis, Ventania, Arapoti, Clevelândia, Guarapuava, Dois Vizinhos, Piraí do Sul, Pranchita e Jaguariaíva. No estado paulista, a região de Itaberá está contaminada pela doença, bem como o município catarinense de Palma Sola. O fungo, que ataca as lavouras, foi encontrado com ajuda do Programa SOS Soja da Bayer CropScience.

De acordo com Olavo Correia da Silva, agrônomo da Fundação ABC, o clima quente e chuvoso dos últimos dias tem contribuído para o desenvolvimento da doença. “A epidemia se instala e o produtor não consegue visualizá-la. A lesão na folha é muito pequena e de difícil visualização. Somente um técnico consegue identificar o fungo”, explica.

Geralmente, o agricultor só identifica a ferrugem quando as folhas começam a cair. As lavouras podem registrar perdas de produtividade próximas a 80%. “Se não houver um controle o produtor pode perder quase toda a produção”, alerta. “Hoje, a epidemia está se estabelecendo. A incidência na maioria das lavouras é baixa, porém se não for controlada ela vai se espalhar em toda a área plantada da propriedade”, completa.

Segundo o agrônomo, o controle da doença acontece através de aplicações de fungicidas, mas no momento certo. Normalmente, bastam de duas a três aplicações. “O fungo que causa a ferrugem está no ar. Os produtores precisam aprender a conviver com esta doença, que não traz danos à saúde do homem, mas perda na produtividade”, fala.

A detecção ocorre de forma rápida e precisa, através do Programa Sid, da Fundação ABC e do Programa SOS Soja. A agrônoma da Fundação, Eliana Fernandes é monitora do projeto Sid. Ela chega a percorrer por dia 500 quilômetros para detectar lavouras com a doença. Os programas têm como objetivo identificar precocemente a incidência da ferrugem asiática.

Equipes de campo do SOS Soja fazem o levantamento das informações e transmitem todos os dados por meio de palm tops, em tempo real, para o centro de pesquisa da Fundação ABC. Os pesquisadores da instituição realizam análises detalhadas das condições da lavoura e, após o cruzamento do material coletado em campo com dados adicionais (altitude das lavouras, disponibilidade de água no solo, pluviosidade e previsão do tempo), conseguem emitir pareceres precisos sobre a agressividade da ferrugem em cada região. Em Arapoti, Ventania, Jaguariaíva e Pranchita, foram identificados vários focos, caracterizando uma epidemia de agressividade elevada.

Conforme a Embrapa Soja, na safra de soja passada a incidência da ferrugem asiática no Brasil foi constatada em praticamente todas as regiões produtoras do grão, sendo definida pelo regime de chuvas de cada área. O principal dano ocasionado pela doença é a desfolhagem precoce da planta que impede a completa formação dos grãos e reduz a produtividade de forma drástica. A Fundação mantém o programa de monitoramento da ferrugem que pode ser acessado no site fundacaoabc.org.br.

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