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Região Sul do MT não une agricultura e pecuária

Em compensação, as propriedades do Médio Norte já utilizam sistemas de produção integrados


Apesar de as propriedades do Médio Norte de Mato Grosso utilizarem sistemas de produção integrados, a Região Sul ainda não apresenta uma prática significativa de integração entre agricultura e pecuária. Mesmo a Região Sul não apresentando expressiva adoção de ambas as culturas, o secretário Municipal de Agricultura e Pecuária, Adão Hipólito Garay da Silva, acredita que se as condições das propriedades forem favoráveis e adequadas, os produtores, especialmente agricultores, provocarão uma adesão ao longo dos anos.

Segundo Silva, isso reflete na conscientização dos agricultores em desenvolver mais de uma cultura em meio à crise que assolou o agronegócio. Segundo o secretário, há alguns anos os produtores de soja e milho também trabalharam com a pecuária. Há cerca de dez anos, pecuaristas passaram a incorporar áreas de pecuária com a agricultura. No entanto, Silva revelou que os pecuaristas tradicionais ainda não se renderam à integração entre as duas culturas.

Os pecuaristas tradicionais apresentam uma consolidação significativa do setor na região, uma vez que investem maciçamente nos segmentos de gado de corte, leite, criação através do confinamento e ainda em pesquisas para melhoramento genético. “Esse pessoal não trabalha com agricultura”, afirmou. Os produtores rurais apresentam uma pecuária modernizada, especialmente no que concerne o confinamento. Nesse sentido, os pecuaristas investem em tecnologia e pesquisas a fim de proporcionar engordas expressivas nos bezerros.

No caso dos produtores de soja e outros grãos, Silva afirmou que sempre foi mais passível de adaptação, em função especialmente dos investimentos na pecuária, se comparados aos produtores que procuraram fazer o caminho inverso. O secretário analisou que, por causa dos custos, a maioria das pessoas que aderem às duas culturas são aquelas voltadas para a agricultura que investem em algumas cabeças para fins, especialmente de confinamento.

Os investimentos que concernem aos pecuaristas na integração com a agricultura são mais onerosos que o caminho contrário. Os produtores de gado devem desembolsar para a retenção da arborização na propriedade, incluindo a eliminação de pedaços de toras e raízes. Além disso, é indispensável que se corrija o solo em níveis adequados de calcário, assim como a preparação do terreno em curvas de nível. “A grosso modo, o investimento é de R$ 800 a R$ 1 mil por hectare”, revelou. Somado a todos esses fatores, o pecuarista tem ainda que adquirir maquinários e implementos agrícolas. Por causa disso, o secretário aponta a integração sob esse viés menos provável.

No processo contrário, as propriedades agrícolas são apontadas como ideais na adesão à pecuária, uma vez que já estão adequadas ao processo de mecanização e já produzem os ingredientes da ração animal -uma vez que parte dos equipamentos usados na agricultura são usados na pecuária. Nesse quesito, o custo de produção já sofre significativa redução. Além disso, o investimento na instalação de curral e cercas é menor que as adequações necessárias para a agricultura. “A partir daí é só investir em gado”, disse.

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