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Reino Pécala Rae aborda os principais desafios do triticultor

O assessor institucional da Abitrigo dá dicas de como melhorar a produtividade


Em entrevista, Reino Pécala Rae, assessor institucional da Abitrigo, aborda os principais desafios do triticultor brasileiro. Rae comenta as características do País para este tipo de cultura e dá dicas de como melhorar a produtividade local.

O Brasil é um grande importador de trigo, mesmo registrando bons números de produção. Por que essa equação ainda é mal resolvida?

Não se trata de problemas com qualidade, como muita gente alega. Isso ocorre principalmente porque a demanda de algumas variedades de trigo não é atendida, enquanto outras são produzidas em excesso. Só no estado do Rio Grande do Sul, a produção de trigo brando, usado em biscoitos, passa de 1,5 milhão de toneladas, o suficiente para abastecer o País e ainda exportar. Em compensação, o cultivo de trigo para panificação é baixo, daí os altos índices de importação.


Qual o principal obstáculo para a produção do trigo tipo "pão", um dos mais consumidos?

Essa variedade precisa de solo e clima adequados. Aqui temos um solo considerado um pouco ácido para a cultura. Além disso, na região Sul, onde a plantação de cereais de inverno é mais comum, o clima surge como um fator limitante. A época de colheita, que se inicia em setembro, geralmente é de muita chuva, o que prejudica a qualidade do trigo.

Que tipo de ações são esperadas dos triticultores para a evolução desta cultura no País?

O cenário já evoluiu bastante. Apesar da importância do trigo "pão" para os consumidores brasileiros, a produção precisa continuar segregada, pois há demanda pelas demais variedades do cereal. Quanto ao triticultor, ressaltamos a importância de se manter informado sobre eficiência no campo e boas práticas agrícolas, ou seja, como produzir mais e melhor. Muitos ainda não sabem separar os tipos, ou, então, compram sementes de variedades diferentes para plantar ao mesmo tempo. O que prejudica a qualidade do produto final. O ideal é que haja um envolvimento de toda a cadeia produtiva - indústrias, cooperativas, produtores de sementes e triticultores - na busca por mais investimentos em pesquisa, tecnologia e planejamento da cultura, a fim de obter resultados cada vez mais satifatórios e que atendam as necessidades e exigências do consumidor.

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