Relatório da UE recomenda edição genética na agricultura 

O uso de tecnologias de edição de genoma em plantas pode ajudar a União Europeia (UE) a garantir a segurança alimentar e reduzir o impacto das práticas agrícolas atuais sobre o clima, de acordo com um novo relatório do Grupo Europeu de Ética na Ciência e Novas Tecnologias (EGE). Permitir a edição de genes para a reprodução de precisão ajudaria a UE a atingir os objetivos definidos em sua estratégia "do campo à mesa", que visa reduzir o uso de fertilizantes em 30% e converter 25% das terras agrícolas em agricultura orgânica até 2030. 

“É preciso garantir a segurança alimentar, fornecer recursos renováveis para combustíveis, rações e fibras, salvaguardar a retenção da biodiversidade e proteger o meio ambiente”, afirma o relatório. "As formas atuais de agricultura contribuem significativamente para a crise climática antropogênica”, completa. 

Os especialistas em ética também pedem um debate social mais amplo e inclusivo sobre a edição do genoma, para um melhor monitoramento dos desenvolvimentos regulatórios e científicos no campo e movimentos para estabelecer um sistema de governança global para tecnologias de edição de genes. A EGE analisou o impacto da edição de genes em humanos, animais e plantas e concluiu que, na agricultura, a UE deve acelerar a sua adoção para o melhoramento de plantas, para acompanhar a concorrência internacional e apoiar a produção de alimentos. 

A edição de genes de plantas é comparável às técnicas convencionais de melhoramento que usam radiação ou produtos químicos para manipular geneticamente as sementes, ou ao que pode ser alcançado por meio do processo natural, mas trabalhoso, de cruzar diferentes cultivares. De acordo com a associação Euroseeds, a regulamentação da edição do genoma, que é comparável aos métodos convencionais, deve ser proporcional ao risco e leve na aplicação.