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Renda das cooperativas do Paraná deve chegar a R$ 28 bilhões neste ano

Valor supera orçamento do governo do estado


Renda das cooperativas do Paraná deve chegar a R$ 28 bilhões neste ano, mais que o orçamento do governo do estado

Depois de registrar queda de R$ 900 milhões no faturamento de 2008 para 2009, o setor cooperativista do Paraná volta a crescer com arrecadação R$ 3,1 bilhões maior que a do ano passado. As 240 empresas do setor devem arrecadar R$ 28 bilhões de janeiro a dezembro deste ano. A diferença sobre o resultado de 2009 é de 12%, dois pontos acima do previsto.

A estimativa foi revelada pelo presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski. Com isso, as cooperativas paranaenses atingem um novo recorde de faturamento – o maior até agora, R$ 25,8 bilhões, foi registrado em 2008.

O setor tem receita maior que o orçameno do governo do estado. A nova marca amplia a diferença de R$ 1,4 bilhão, registrada em 2009, para R$ 3 bilhões. O orçamento do estado para 2011 é igual ao de 2010: R$ 25 bilhões. Em 2009, o cooperativismo arrecadou R$ 24,9 bilhões.

As cooperativas esperam ampliar ainda mais sua renda nos próximos anos contando com investimentos do Executivo em fiscalização, políticas de crédito e logística. O setor também pretende investir mais em industrialização de produtos para o mercado varejista, afirma Koslovski.

As expectativas de alta do dólar em 2010 foram frustradas, mas o impulso das cotações da soja e do milho no segundo semestre deste ano no mercado internacional salvaram o setor. Os novos preços foram considerados determinantes para o resultado final – R$ 25 bilhões ou 90% do faturamento partiram de cooperativas agropecuárias, que representam um terço das empresas que compõem o sistema. Somente as exportações de soja e milho devem somar R$ 1,94 bilhão. O aumento da produção agrícola do Paraná na safra 2009/10 contribuiu para melhorar esse desempenho.

Questionado sobre as perspectivas do setor para um ano em que há transição dos governos estadual e federal, Koslovski se mostra otimista. Às vésperas das eleições, a Ocepar reuniu os dois então candidatos ao governo do Paraná para entregar um documento pleiteando uma série de medidas consideradas fundamentais para o desenvolvimento do setor. Entre os tópicos estavam o pedido de maiores investimentos em fiscalização da sanidade agropecuária e o fortalecimento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e da Agência de Fomento do Paraná, considerados importantes agentes na captação de recursos junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ainda não há projeção sobre o faturamento de 2011.

Para manter o nível de crescimento do setor cooperativista, Koslovski destaca alguns obstáculos. Segundo ele, os gargalos do setor produtivo como um todo vão desde armazenagem até a área logística. O custo por tonelada embarcada do Porto de Paranaguá, por exemplo, é maior que o da Argentina e o da Europa, compara o presidente da Ocepar. “Quando receber recursos do governo federal, o estado precisa mostrar interesse e, principalmente, ter projetos preparados para o desenvolvimento do setor”, emenda.

O setor se reúne nesta sexta-feira em Curitiba para uma avaliação do ano. A celebração anual deve reunir cerca de 2 mil cooperados no Teatro Positivo. O sistema cooperativo do Paraná envolve 490 mil pessoas. É como se 27% da população de Curitiba atuassem no setor.

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